RIO – Os presidentes do Chile, Gabriel Boric, e da Colômbia, Gustavo Petro, fecharam na última segunda (9/1) um acordo bilateral de integração energética para desenvolver o mercado de renováveis, com especial atenção ao hidrogênio verde.
A agenda faz parte de uma série de pactos firmados entre os países durante reunião na capital chilena, Santiago, no início da semana.
Segundo Boric, o acordo prevê “desenvolver e incorporar energias renováveis em matrizes, particularmente hidrogênio verde, e compartilhar experiências e progressos de ambos os países nesta matéria”.
Tanto o Chile quanto a Colômbia já possuem estratégias nacionais específicas para o hidrogênio verde.
Para Petro, a maior integração regional permitirá a garantia de segurança energética e limpa aos países sul americanos.
“A América do Sul é a região do mundo com o maior potencial de geração de energias limpas”, destacou o presidente colombiano.
Boric e Petro ainda defenderam uma agenda climática conjunta entre os países do bloco para a próxima Conferência das Partes da ONU, a COP28, marcada para novembro nos Emirados Árabes.
“Ou nos salvamos juntos ou afundamos separados”, disse o líder chileno.
Da Patagônia ao Alasca
Na ocasião, ambos os presidentes também apresentaram uma proposta ousada de interligação da rede elétrica, capaz de conectar todo o continente americano, da Patagônia ao Alaska.
“Hoje também nos comprometemos, por iniciativa do presidente Petro, a trabalhar na integração energética entre os dois países, mas não apenas entre os dois países, pensando de forma ambiciosa no longo prazo, desde a Patagônia ao extremo norte de nosso continente”, disse o presidente chileno.
“Se houvesse uma poderosa rede de energia elétrica entre a Patagônia e o Alasca, a América Latina poderia conseguir que todo o seu potencial energético pudesse ser desenvolvido para alimentar essa rede e promover as Américas com energia limpa”, afirmou o líder colombiano.
Reunião extraordinária da OEA
Os líderes aproveitaram o encontro para repudiar as ações terroristas praticadas por apoiadores do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, contra os prédios sede dos três poderes em Brasília.
“Essas ações são inaceitáveis, assim como os silêncios cúmplices, e não podem ser relativizadas ou ignoradas”, afirmou Boric.
Chile e Colômbia convocaram com urgência uma reunião extraordinária da Organização dos Estados Americanos (OEA) com o objetivo de que o resto dos países da região se pronunciem sobre o assunto.
No mesmo dia, Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, país membro da OEA, conversou por telefone com o presidente Lula, e o convidou a visitar Washington no início de fevereiro.
Segundo a Casa Branca, Biden condenou a violência e o ataque às instituições democráticas no Brasil e reafirmou o interesse de trabalhar junto ao Brasil nas questões enfrentadas pelos países, incluindo a mudança climática.