Cemig espera levantar R$ 9 bi com venda de ativos e prepara IPO da Gasmig

Romeu Zema assinou na Cidade Administrativa, em Belo Horizonte, protocolo de intenção com a empresa Mori Energia Holding. Foto: Gil Leonardi/Imprensa MG
Romeu Zema assinou na Cidade Administrativa, em Belo Horizonte, protocolo de intenção com a empresa Mori Energia Holding. Foto: Gil Leonardi/Imprensa MG

A caminho da privatização, a companhia elétrica mineira Cemig anunciou, durante reunião com investidores nesta quarta (28) que planeja levantar em torno de R$ 9 bilhões com a venda de participações em empresas de energia e investir R$ 22,5 bilhões em geração, transmissão e distribuição até 2025.

“Além de ser operadora, a Cemig passou a ser controladora estratégica nas empresas Cemig SIM e Axxiom, arquiteta estratégica com participação nas empresas Taesa, Gasmig, Aliança e Renova Energia e investidora ativa nas empresas Norte Energia, Ativas, Light e Santo Antônio Energia. O foco é desinvestir nesses negócios”, afirmou Reynaldo Passanezi, presidente da companhia.

O executivo acredita que os desinvestimentos nestas empresas poderão melhorar a eficiência da companhia, que vem perdendo valor nos últimos anos.

“Fizemos uma revisão do nosso planejamento estratégico. Decidimos focar no nosso core e desfocar em investimentos que não são essenciais”, disse.

”Como é M&A (fusões e aquisições), é muito difícil saber quando exatamente você irá realizar alguns dos negócios, mas a ideia é fazer os desinvestimentos dos ativos que não são o ‘core’ da companhia”, conclui o executivo.

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Gasmig

A Cemig planeja vender 25% da Gasmig – sua subsidiária de distribuição de gás canalizado – por meio de uma IPO (oferta inicial de ações).

“A ideia é fazer o IPO de 25% da Gasmig para precificar a companhia. Existe um valor escondido imenso da Gasmig que não é avaliado pelo mercado”, contou o diretor financeiro da Cemig, Leonardo de Magalhães.

A meta final é privatizar 49% do capital da Gasmig.

Leonardo Magalhães disse que irá contratar consultorias para modelagem de preço da companhia, mas não divulgou cronograma para realização da operação.

Estado deve ser “mero acionista”, diz Zema

Também presente na reunião, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, reiterou sua intenção de privatizar parte da Cemig, transformado a companhia em uma corporação – empresa com o controle pulverizado no mercado de ações.

“Minha visão sobre a Cemig é que ela venha a ser uma corporação e que o Estado seja um mero acionista, igual aos demais”, disse.

“Gostaria muito que durante minha gestão ainda a empresa venha a ser privatizada. Talvez não vendida, mas que ela receba um aporte de capital e que o Estado, que sempre fez interferências indevidas na empresa, perca o controle e deixe de prejudicá-la”, acrescentou.

O presidente do conselho de administração da companhia, Márcio Utsch, reforçou o desejo do governador.

“Está muito clara a nossa diretriz, que é privatizar. Estamos totalmente alinhados com o governo Zema”, afirmou.

Apesar das intenções, o governo ainda não enviou à Assembleia a Legislativa de Minas Gerais o projeto de lei necessário para a privatização da Cemig, que precisa ser aprovado pelos parlamentares.

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