Gás Natural

Cegás recebe propostas de dois supridores de gás natural

Cegás lançou a nova chamada pública para a compra de gás natural a partir de 2022

Cegás avalia distribuição de hidrogênio para desenvolver mercado interno. Na imagem: Rede de dutos amarelos (com registros azuis) em instalações da Cegás, distribuidora de gás canalizado no Ceará; com trabalhador uniformizado, de costas, em primeiro plano observando a operação Foto: Divulgação)
Instalações da Cegás, distribuidora de gás canalizado no Ceará (Foto: Divulgação)

A Companhia de Gás do Ceará (Cegás) informou nesta sexta (11/2) que recebeu propostas da Galp Energia e da Excelerate Energy na chamada para contratação de gás natural e suprimento do mercado cativo do Ceará.

“A partir desse momento, ocorrerá o processo de pré-qualificação, quando será realizada a análise de aderência e conformidade das propostas”, informou a Cegás.

A Excelerate Energy arrendou ano passado o terminal de GNL da Bahia, localizado em Salvador. A Galp, por sua vez, é produtora nacional, inclusive em campos operadores pela Petrobras.

Recentemente, a Galp contratou capacidade de transporte extraordinária com a TAG para atender a demanda da Potigás, distribuidora do Rio Grande do Norte.

Cegás abriu concorrência em prazo aberto por liminar

Em janeiro, a Cegás lançou a nova chamada pública para a compra de gás natural a partir de 2022. A distribuidora faz parte do grupo que tem mantido o suprimento a partir de liminares contra a Petrobras.

Com o fracasso das negociações em 2021 para atender o mercado a partir deste ano, diversos estados acionaram a Justiça para manter as condições de fornecimento por seis meses, sem o reajuste de cerca de 50% proposto pela Petrobras.

Agora, a Cegás tenta contratar 600 mil m³/dia, com início em 1º de março e duração de até quatro anos. Poderão participar produtores, importadores e agentes comercializadores. Veja o edital

O contrato atual, de 2020 a 2021, prevê a entrega de 520 mil m³/dia, na modalidade firme inflexível.

“O nosso objetivo é diversificar os supridores de gás, deixando de ter a Petrobras como única fornecedora e conseguir preços melhores para o consumidor final”, disse o presidente da Cegás, Hugo Figueiredo, na época.

A estratégia é a mesma da Sergas, de Sergipe, distribuidora que também abriu uma concorrência para atender ao mercado a partir de março.

Em 2021, Cegás, Sergas e diversas outras distribuidoras abriram chamadas que terminaram com propostas apenas da Petrobras.

Após negociações, os menores reajustes propostos foram de 50%, em média, para contratos de quatro anos; e percentuais mais altos no curto prazo.

Principais pontos da crise entre Petrobras e distribuidoras

Nos recursos, a Petrobras defende que “manter as condições comerciais defasadas, que refletem a realidade do mercado em 2019, antes da pandemia de covid-19, além de causar prejuízo à Petrobras, afeta toda a economia pública”.

A companhia anunciou que irá recorrer de todas as ações. Diz que a judicialização das negociações interferem “na livre formação de preços, colocando em risco a implementação da própria abertura do mercado de gás natural no Brasil”.