Gás Natural

Cegás abre concorrência para contratar gás natural, em prazo aberto por liminar

A distribuidora do Ceará também vai realizar nova chamada pública, enquanto Justiça garante suprimento pela Petrobras

Cegás abre concorrência para contratar gás natural, em prazo aberto por liminar. Hugo Figueirêdo, presidente da Cegás, durante evento do setor de distribuição no Maranhão, em 2020
Hugo Figueirêdo, presidente da Cegás, durante evento do setor de distribuição no Maranhão, em 2020

A Companhia de Gás do Ceará (Cegás) lançou uma nova chamada pública para a compra de gás natural a partir de 2022. A distribuidora faz parte do grupo que tem mantido o suprimento a partir de liminares contra a Petrobras.

Com o fracasso das negociações em 2021 para atender o mercado a partir deste ano, diversos estados acionaram a Justiça para manter as condições de fornecimento por seis meses, sem o reajuste de cerca de 50% proposto pela Petrobras.

Agora, a Cegás tenta contratar 600 mil m³/dia, com início em 1º de março e duração de até quatro anos. Poderão participar produtores, importadores e agentes comercializadores. Veja o edital

O contrato atual, de 2020 a 2021, prevê a entrega de 520 mil m³/dia, na modalidade firme inflexível.

“O nosso objetivo é diversificar os supridores de gás, deixando de ter a Petrobras como única fornecedora e conseguir preços melhores para o consumidor final”, disse o presidente da Cegás, Hugo Figueiredo.

A estratégia é a mesma da Sergas, de Sergipe, distribuidora que também abriu uma concorrência para atender ao mercado a partir de março.

Em 2021, Cegás, Sergas e diversas outras distribuidoras abriram chamadas que terminaram com propostas apenas da Petrobras.

Após negociações, os menores reajustes propostos foram de 50%, em média, para contratos de quatro anos; e percentuais mais altos no curto prazo.

Principais pontos da a crise entre Petrobras e distribuidoras

Na semana passada, três decisões judiciais no Rio de Janeiro, em Sergipe e em Alagoas, mantiveram a suspensão do reajuste de 50%. Ações foram movidas também no Espírito Santo e em Santa Catarina.

Nos recursos, a Petrobras defende que “manter as condições comerciais defasadas, que refletem a realidade do mercado em 2019, antes da pandemia de covid-19, além de causar prejuízo à Petrobras, afeta toda a economia pública”.

A companhia anunciou que irá recorrer de todas as ações. Diz que a judicialização das negociações interferem “na livre formação de preços, colocando em risco a implementação da própria abertura do mercado de gás natural no Brasil”.