BRASÍLIA — A CCR, que atua nos segmentos de infraestrutura de mobilidade, anunciou esta semana que terá 100% do consumo de suas concessões de rodovias, aeroportos e mobilidade urbana abastecido por fontes renováveis de energia elétrica até o fim de 2024.
Com isso, o grupo antecipa em um ano o compromisso de só utilizar energia limpa em seus ativos até 2025.
A estratégia da CCR para antecipar a meta inclui investimentos em usinas solares no modelo de geração distribuída; migração de seus ativos para o mercado livre associada à assinatura de contratos de compra de energia renovável; e aquisição de certificados de energia renovável (IRECs).
Atualmente, o grupo é um dos 50 maiores consumidores de energia do Brasil, com um consumo de 577,801 mil MWh em 2023, o equivalente à demanda de 240,7 mil residências. Deste volume, os negócios de mobilidade urbana representam 80% do total; os ativos de aeroportos, 12% e a CCR Rodovias, 8%.
As metas de descarbonização da empresa, aprovadas pela Science Based Targets iniative (SBTi), preveem redução de 59% das emissões nos escopos 1 e 2 e de 27% no escopo 3 até 2033.
Usinas solares
Para alcançar as metas de reduções de emissões é preciso substituir energia fóssil por renovável.
Na geração de energia solar, a companhia investiu cerca de R$ 30 milhões na implantação de um projeto no RodoAnel (SP) e em sete usinas na ViaCosteira, concessionária que administra a BR-101 entre os Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Ao todo, foram instaladas 7,6 mil placas fotovoltaicas às margens das rodovias.
Dois dos novos empreendimentos de energia solar no modelo de geração distribuída (GD) já foram concluídos, dobrando a capacidade instalada de 3,14 MWp para 7,34 MWp.
Segundo a CCR, os projetos, que estão em fase de conexão com o sistema elétrico, vão evitar a emissão de 447 toneladas de gás carbônico por ano, o que equivale ao plantio de 3,2 mil árvores, e vão gerar uma economia superior a R$ 2 milhões por ano na conta de energia das duas concessões.
A CCR Rodovias também planeja adotar o modelo de GD por assinatura para acompanhar o crescimento futuro da demanda por energia. Na plataforma de Mobilidade Urbana, a estação Santo Amaro, da linha 9 – Esmeralda, em São Paulo, também possui uma pequena usina de 0,11 MWp em operação.
Migração para o mercado livre
Desde 2022, todas as contratações de energia da CCR no mercado livre precisam ser de fontes renováveis, com certificados de neutralidade de carbono.
A companhia afirma que as operações de trens, metrô e VLT, administradas pela CCR Mobilidade, já estão no mercado livre, assim como uma parcela da demanda das concessões da CCR Rodovias.
Além disso, 15 aeroportos dos blocos Sul e Central da companhia estão em processo de migração, com expectativa de que o processo seja concluído até o começo do quarto trimestre deste ano. A BH Airport, concessionária do aeroporto de Confins (MG), já realizou a migração.