Energia

Casa dos Ventos e Comerc firmam acordo para exportar amônia verde produzida no Pecém

Parceria com a TransHydrogen Alliance prevê integração da cadeia de abastecimento de derivado do hidrogênio do Ceará ao Porto de Roterdã, na Holanda

Casa dos Ventos e Comerc firmam acordo para exportar amônia verde produzida no Pecém. Na imagem, cais do porto do Pecém (Foto: CIPP/Divulgação)
O Pecém, no Ceará, já tem diversos MOUs assinados para a instalação de hubs de H2V, integrados a eólicas offshore (Foto: CIPP/Divulgação)

BRASÍLIA — Casa dos Ventos e Comerc Eficiência anunciaram nesta quinta (9/2) um acordo com a TransHydrogen Alliance (THA)  para viabilizar a exportação de amônia verde produzida no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), no Ceará.

As duas empresas têm um pré-contrato com o CIPP para instalação de uma planta com capacidade de até 2,4 GW de eletrólise, que poderá produzir 960 toneladas de hidrogênio por dia, e 2,2 milhões de toneladas de amônia por ano.

O memorando assinado hoje com a THA estima que a produção da primeira fase seria exportada para a Europa por meio do Porto de Roterdã, na Holanda.

O objetivo é garantir uma cadeia de suprimentos de energia renovável para os países europeus. Em visita ao Brasil no final de janeiro, o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, reforçou o interesse de trabalhar com o país na ampliação de energias renováveis e produção de hidrogênio verde.

“Queremos usar os recursos renováveis abundantes no Ceará e nos estados vizinhos para ampliar nossas soluções de descarbonização para o exterior”, afirma Lucas Araripe, diretor-executivo da Casa dos Ventos.

Segundo o executivo, a companhia está unindo forças com um grupo de empresas para prospectar clientes internacionais.

“O hidrogênio verde é o combustível do futuro, mas já é uma realidade e tendência mundial. Então, estarmos à frente de um projeto deste porte, com empresas europeias, coloca o Brasil em evidência e nos posiciona como um importante player no setor”, diz Marcel Haratz, Presidente da Comerc Eficiência.

Enquanto Comerc e Casa dos ventos entram com a produção, a THA tem negócios nas áreas de armazenamento e logística, transporte marítimo e entrega aos clientes no porto de Roterdã.

A planta

Com a assinatura do pré-contrato com o CIPP em dezembro de 2022, o empreendimento, que começou a ser trabalhado em 2021, está agora na fase de licenciamento ambiental e projeto básico para iniciar a implantação em etapas. O início da primeira fase da operação é previsto para 2026.

Casa dos Ventos e Comerc Eficiência já haviam firmado um Memorando de Entendimento (MoU) com o Governo do Estado do Ceará e outro com o próprio CIPP. A unidade, que ocupará uma área de até 60 hectares na Zona de Processamento de Exportação (ZPE Ceará).

A substituição de parte do hidrogênio de gás natural (cinza) pelo de eletrólise (verde) produzido pelas empresas pretende evitar a emissão de até 430 mil toneladas de CO2 por mês — o hidrogênio cinza emite 2,4 kg de CO2 para cada quilo de amônia produzida.