A Petrobras recebeu aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para assumir os 40% de participação da francesa Total em cinco blocos de exploração de petróleo e gás na Foz do Amazonas.
Pelo acordo aprovado, a Petrobras aumentará sua participação nos blocos FZA-M-57, FZA-M-86, FZA-M-88, FZA-M-125 e FZA-M-127 para 70%, enquanto a bp continuará com 30%.
A Total desistiu dos projetos na Foz do Amazonas, após tentativas de licenciar uma campanha de perfuração na região, sem sucesso.
A decisão, tomada em setembro do ano passado, ocorreu em meio a um reposicionamento global da empresa, que anunciou investimentos em biorrefino e planos de descarbonização de suas atividades.
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As diretrizes para atingir a neutralidade de emissões foram resumidas no relatório Getting to Net Zero.
Um dos projetos prevê aporte de 500 milhões de euros para converter uma refinaria na França em biorrefinaria até 2024.
A unidade produzirá biocombustível de aviação, diesel renovável e nafta renovável a partir de gordura animal e óleos vegetais, no lugar do fóssil. A planta deixará de refinar petróleo no primeiro trimestre de 2021, e até o fim de 2023 os estoques deverão ser encerrados.
Recentemente, a Total decidiu deixar o API (American Petroleum Institute) a partir de 2021, “após uma análise detalhada das posições climáticas” da associação de petroleiras, com sede nos EUA. O API é um dos principais grupos de lobby do setor petrolífero no mundo.
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Castello Branco reclama de licenciamento
Citando a exploração na Foz do Amazonas, Castello Branco afirmou que é inadmissível que a empresa pague por uma licença para depois não obter as autorizações necessárias para explorar.
A declaração foi feita ano passado, na Rio Oil & Gas 2020, um dos principais eventos da indústria.
Ele chegou a afirmar que a Petrobras investiria, então, na Guiana, já que não consegue a licença para perfurar na Foz.
“Nós temos o potencial para uma grande bacia petrolífera e somos barrados. Enquanto isso, a Guiana está se aproveitando da situação (…) Por enquanto, vamos continuar investindo no Brasil, mas é possível irmos para lá também”, desafiou o executivo.
Na costa do Amapá, os blocos fazem fronteira com a Guiana Francesa, o que é um complicador, já que um vazamento de óleo poderia ultrapassar os limites do Brasil, provocando um incidente internacional.
Na Guiana, propriamente dita, foram feitas importantes descobertas de óleo que podem tornar o país um grande produtor. Um dos maiores projetos offshore do mundo fora do pré-sal é desenvolvido no país, sob operação da ExxonMobil.
Semelhanças geológicas indicam a possibilidade de o sucesso da Guiana ser replicado na Foz do Amazonas.
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