Energia

Brasil tem cinco empresas de energia em índice global de igualdade de gênero; veja quais são

Índice de Igualdade de Gênero de 2023 da Bloomberg considera desempenho de inclusão no ambiente empresarial. Cinco das 16 companhias brasileiras na lista são do setor de energia

Brasil tem cinco empresas de energia em índice global de igualdade de gênero; veja quais são. Na imagem: Reunião do projeto Cartier Women’s Initiative, que tem como objetivo apoiar e alavancar mulheres na gerência de empresas criativas (Foto: Divulgação/Cartier)
Reunião do projeto Cartier Women’s Initiative, que tem como objetivo apoiar e alavancar mulheres na gerência de empresas criativas (Foto: Divulgação/Cartier)

BRASÍLIA — Das 16 empresas brasileiras incluídas no Índice de Igualdade de Gênero de 2023 da Bloomberg (GEI, na sigla em inglês), cinco atuam no setor de energia. Divulgado na última terça (31/1), o índice global avalia as práticas de inclusão e igualdade de oportunidades de trabalho entre homens e mulheres.

Este ano, a lista considera 485 companhias presentes em 45 países, incluindo 11 setores empresariais, como financeiro, tecnologia e serviço público, por exemplo. E traz pela primeira vez grupos sediados em Luxemburgo, Equador e Kuwait.

A edição anterior do índice contou apenas com 418 nomes, sendo 13 brasileiros. Em 2023, três iniciativas do país foram adicionadas.

Para entrar no GEI, o desempenho dos negócios é avaliado em cinco categorias: liderança e desenvolvimento de talentos, igualdade de remuneração e paridade salarial, cultura inclusiva, políticas de prevenção ao assédio sexual e imagem de marca.

Os dados sobre as políticas de inclusão de gênero são compartilhados pelas próprias organizações. O engajamento das empresas foi 11% maior do que no ano anterior, aponta a agência de tecnologia.

Se comparado ao total de companhias avaliadas pela pesquisa, o percentual brasileiro ainda é sucinto. Do setor energético, apenas as empresas Braskem, Eletrobras, Cosan, ISA CTEEP, Comgás foram qualificadas para a lista.

Mais inclusivas

Estreante no índice global, a ISA CTEEP desenvolve uma série de iniciativas para priorizar e assegurar a promoção de mulheres no ambiente profissional.

A diretora de Talento Organizacional da empresa, Cristhiani Chitero, defende que ações afirmativas podem ajudar as mulheres a desenvolver todo o seu potencial e alcançar posições de liderança na área energética.

“É motivo de grande orgulho receber esse reconhecimento da Bloomberg, que ratifica o nosso compromisso em ampliar a participação feminina no setor elétrico, ainda majoritariamente masculino”.

Atuante no segmento de transmissão de energia, a ISA alcançou, no ano passado, um quadro de 60% de mulheres em cargos de diretoria executiva.

Cosan e Comgás foram listadas pela terceira vez.

“Trabalhamos diariamente para garantir um ambiente de trabalho diverso e inclusivo, onde todos se sintam à vontade para serem suas melhores versões”, afirma Letícia Grossi, diretora de Pessoas e Cultura da Comgás.

De acordo com Marina Carlini, head de ESG e Comunicação Externa da Cosan, a companhia vem transformando o local de trabalho de forma a torná-lo ainda mais seguro, diverso, igualitário e inclusivo.

“É uma jornada que exige esforço e foco de todos os níveis da organização mudando suas políticas e buscando ser uma empresa cada vez mais inclusiva e igualitária. Ficamos orgulhosos de ver que todos esses esforços vêm sendo reconhecidos ano após ano”.

Taxa de diversidade no trabalho cresceu em 2022

As oportunidades de emprego com foco em diversidade aumentaram 33,2% no ano passado, no Brasil, mostra levantamento da plataforma Vagas.com.

A contratação de mulheres, pessoas negras, LGBTQIA+ e pessoas com deficiência saltou de 19.825 em 2021 para 26.409 em 2022.

O resultado também acompanha o crescimento de 56,35% registrado em 2021 em comparação ao mesmo período de 2020, quando foram anunciadas 11.171 ofertas de postos de emprego.

Desafio para o setor

No setor de energia global, a ocupação de cargos por mulheres ainda está abaixo da média econômica geral.

Embora os empregos no setor tenham aumentado 1,3 milhão em 2021, em relação a 2019,  apenas 16% das vagas em setores tradicionais são ocupadas por mulheres. Os dados são da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês).

Na economia em geral, elas representam 39% do emprego global.

De acordo com a IEA, as mulheres são mais propensas a deixar empresas de energia para empregos fora do ramo, já que a diferença salarial entre homens e mulheres no setor energético é maior do que em qualquer outra iniciativa, quase 20% inferior.