RECIFE — Levantamento da Greener mostra que os novos projetos solares outorgados em 2021/2022 somam 25,8 GW. Com isso, a capacidade de geração centralizada solar chega a 43,7 GW, dos quais 3,9 GW estão em construção, 4,8 GW em operação e 35 GW não iniciaram a construção.
Já os projetos em estágio inicial de desenvolvimento — com pedidos de outorga — somam quase 294 GW.
A maior parte dessa energia — 76% dos 4,8 GW em operação – foi comercializada no mercado regulado.
No início de 2022, a geração fotovoltaica atingiu 1,1 GWm, o equivalente a 1,5% da geração de eletricidade no Brasil.
No mercado livre, são 38,6 GW outorgados — mas apenas 0,9 GW em operação. A maior parte dos projetos (34,5 GW) ainda não iniciou a construção.
O setor de siderurgia e metalurgia respondeu por 25% da demanda de novos contratos de longo prazo, o que equivale a 10,7 GWp.
Já a cadeia de grandes usinas solares firmou montante de contratos de fornecimento de módulos FV superior a 4,3 GWp em um período de 12 meses.
Minas Gerais é o estado que tem maior quantidade de potência outorgada acumulada. Entretanto, o estado não possui Usinas Fotovoltaicas (UFV) em operação. A previsão é que as usinas em construção passem a operar de forma comercial em 2023.
No mundo, a geração de energia solar fotovoltaica alcançou crescimento de destaque nos últimos dois anos.
Agência Internacional de Energia (IEA, em inglês) aponta que o crescimento recorde de geração de energia em 2020 foi motivado por uma alavancagem de investimentos liderada, com investidores buscando aproveitar os subsídios com data de validade na China, Estados Unidos e Vietnã.
Em 2021, a energia solar sozinha foi responsável por mais da metade das adições renováveis no mundo, com um recorde de 133 GW, seguida por 93 GW de energia eólica.
Na América do Sul, a expansão foi de quase 7 GW, segundo a Irena, com o Brasil puxando a expansão com mais de 5 GW — inclui centralizada e distribuída.
A projeção realizada pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) em parceria com a Greener mostra que, em relação à carga de energia elétrica, 27 GWm devem ser acrescentados nos próximos dez anos, apresentando um crescimento médio de 3,4% anuais entre 2021 e 2031.
Quando se trata de potência outorgada de projetos, até dezembro de 2021, 80% das propostas (35 GW) ainda não haviam iniciado a construção.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) estima que, até 2027, os prazos de implementação das outorgas emitidas devem ser acelerados, concluindo um total de 38 GW. Com isso, as outorgas emitidas aumentariam de 4.299 em 2022 para 10.553, em 2027.
Projeção mundial
Para a Agência Internacional de Energia (IEA), atingir um nível anual de geração solar fotovoltaica de quase 6.970 TWh em 2030, dos atuais 820 TWh, exigirá um crescimento médio anual de geração de 24% no período 2020-2030.
“Embora essa taxa seja inferior à expansão média anual de 27% registrada nos últimos cinco anos, será cada vez mais difícil manter esse ímpeto à medida que o mercado fotovoltaico cresce. Será necessário mais esforço de todas as partes interessadas para aumentar a implantação da capacidade solar fotovoltaica dos 134 GW de 2020 para 630 GW por ano até 2030”, afirma a IEA.
Ainda de acordo com a Agência, espera-se que a mudança de política para implantação menos orientada a subsídios torne a tecnologia solar fotovoltaica mais competitiva em termos de custos dentro e fora da China, levando a um desenvolvimento mais sustentável a longo prazo. Já estão planejados 40 GW de desenvolvimentos livres de subsídios sob contratos de 20 anos a preços de eletricidade provinciais.