Gás Natural

Brasil precisa olhar para os custos da infraestrutura de gás, diz João Vitor Moreira

Caso contrário, de acordo com diretor da PetroReconcavo, preço do gás natural não ganhará competitividade na ponta

João Vitor Moreira, diretor comercial da PetroReconcavo, fala com o estúdio epbr durante a Bahia Oil & Gas Energy
João Vitor Moreira, diretor comercial da PetroReconcavo, fala com o estúdio epbr durante a Bahia Oil & Gas Energy

SALVADOR — Se o Brasil não buscar reduzir os custos da infraestrutura, como gasodutos e unidades de processamento, o preço do gás natural não ganhará competitividade na ponta, afirmou nesta quarta (24/5) o diretor comercial da PetroReconcavo, João Vitor Moreira, ao estúdio epbr, durante a Bahia Oil & Gas Energy.

Segundo o executivo, o peso dos custos do transporte e processamento no preço final do gás, no mercado nacional, é maior que a média global.

Ele cita que os serviços de processamento de agentes privados no Brasil custam cerca de 1/3 dos custos do acesso à infraestrutura da Petrobras.

“E não é diferente no transporte. Entendemos bem os contratos legados a partir da passagem da TAG [Transportadora Associada de Gás] e outras transportadoras [para a iniciativa privada], mas se o Brasil não olhar para frente, para a necessidade de racionalizar esses custos também, o gás na ponta não vai evoluir”, comentou.

Ele acredita que as tarifas de transporte dos contratos legados – aqueles em que a Petrobras contratou a capacidade total dos gasodutos e que permitiram a privatização das transportadoras – cairão, à medida que esses contratos forem vencendo.

[the_ad id=’72709′]

 

Enquanto isso não acontece, defende Moreira, há espaço para se buscar reduções nos custos.

“Francamente, não vejo, na prática, o valor da tarifa para o gás adicional [aos contratos legados] mais barato que o valor dos contratos legados. Não é o que vemos na realidade”, disse.

Ele acredita que a revisão da Resolução ANP nº 15/2014, prevista na agenda regulatória da agência, é uma oportunidade ideal para tratar desse assunto.

“Naturalmente, as métricas e a matemática para gerar uma tarifa de transporte não é trivial, mas acredito que é o momento ideal para a gente tratar dessa questão”, completou.

A ANP pretende revisar os critérios para cálculo das tarifas e receitas das transportadoras; definir os procedimentos para aprovação das propostas de tarifas; e traçar as diretrizes para repasse de receita entre os transportadores interconectados.