Energia

Brasil deve avançar na regulação do hidrogênio para viabilizar fertilizantes verdes, diz diretora do BNDES

Segundo Costa, o Brasil importa cerca de 95% dos fertilizantes nitrogenados que consome, sendo que um terço do custo desses produtos correspondem à logística

Brasil precisa avançar na regulação do hidrogênio para viabilizar produção de fertilizantes verdes, diz diretora do BNDES (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)
Diretora de Infraestrutura, Transição Energética e Mudança Climática do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciana Costa (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

RIO — O Brasil precisa avançar na regulação do hidrogênio de baixo carbono para viabilizar a produção de fertilizantes nitrogenados verdes no país, segundo a diretora de Infraestrutura, Transição Energética e Mudança Climática do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciana Costa

Ela destacou que o mercado interno deve absorver o hidrogênio verde produzido no país, dados os desafios tecnológicos e de preço para a exportação. Nesse contexto, a produção de fertilizantes deve ser um dos destinos para o hidrogênio nacional. 

“A janela de oportunidade que o Brasil tem agora não se abre há muito tempo”, afirmou em participação no evento Agenda Setorial no Rio de Janeiro na tarde desta quarta-feira (13/3). 

Segundo Costa, o Brasil importa cerca de 95% dos fertilizantes nitrogenados que consome, sendo que um terço do custo desses produtos correspondem à logística. 

“Podemos usar parte desse custo logístico para fazer com que o hidrogênio verde e o fertilizantes nitrogenados fiquem viáveis no Brasil”, disse. 

A diretora do BNDES indicou ainda que eventuais investimentos em hidrogênio podem fazer parte dos projetos de inovação do banco. 

“Temos que fazer contas. Para o biometano, por exemplo, a conta já fecha, financiamos três projetos no ano passado, que são super resilientes”. 

Nesse contexto, Costa acrescentou que ainda é difícil financiar projetos de combustíveis sustentáveis de aviação (SAF, na sigla em inglês), mas apontou que o avanço de mandatos para descarbonização pode eventualmente ajudar a viabilizar desembolsos para esse segmento.

A partir de 2027 o setor aéreo vai passar a passar a ter um esquema de compensação de emissões obrigatório, o Carbon Offsetting and Reduction Scheme for International Aviation (Corsia).

“Para o SAF, vai ser a médio prazo. Para fazer a conta fechar, as políticas públicas e a própria organização do mercado podem ajudar”, disse.