BRASÍLIA — Brasil e Emirados Árabes Unidos vão colaborar em hidrogênio de baixo carbono, conversão de energia e tecnologias de descarbonização e biocombustíveis. É o que diz um memorando de entendimento assinado na quarta (14) pelos ministérios de Energia dos dois países.
O ministro brasileiro Alexandre Silveira (PSD) recebeu a ministra de Estado para Cooperação Internacional dos Emirados Árabes Unidos, Reem Al Hashimy, e uma comitiva de investidores árabes, para discutir as parcerias entre os governos e prospecção de novos investimentos no Brasil.
Um dos projetos destacados por Silveira foi o de Descarbonização da Amazônia, programa de R$ 5 bilhões que pretende substituir os geradores a diesel dos sistemas isolados por energia renovável.
“É um projeto muito ambicioso e de repercussão mundial. Todos sabemos o que a Amazônia representa para o mundo (…) iniciaremos o projeto para transformar a energia nos sistemas isolados que ainda são a combustível fóssil em energia limpa. Temos muito interesse na participação dos Emirados Árabes no desenvolvimento das ações”, destacou Silveira.
Financiamento francês
O MME também negocia com o governo da França o financiamento do programa de descarbonização da Amazônia, previsto para ser lançado no próximo mês.
A ideia é atrair empresários franceses interessados em compor o montante, além de outras fontes. A modelagem do programa ainda está sendo finalizada pela Secretaria de Transição Energética e Planejamento.
O político epbr, serviço exclusivo de cobertura de política energética, apurou que há pontos de convergência entre o que está sendo desenhado e iniciativas já implementadas para ampliar o fornecimento de energia em cidades amazônicas, como o Luz para Todos e o Mais Luz para a Amazônia.
No entanto, o foco da nova ação de governo será a redução do consumo do diesel nos sistemas isolados, que hoje dependem das termelétricas.
O assunto foi tratado no início de junho em uma reunião entre o ministro Alexandre Silveira, o ministro francês de Comércio Exterior, Olivier Becht, a embaixadora Brigitte Collet e empresários franceses, que terminou com a proposta de criação de um grupo de trabalho.
Descarbonização da Amazônia
O Ministério de Minas e Energia deve lançar em julho o Programa de Descarbonização da Amazônia, uma nova iniciativa com uma demanda de investimentos de ao menos R$ 5 bilhões.
O foco será a redução da geração termelétrica a óleo diesel em localidades isoladas, em especial as que não são atendidas pelos programas Luz para Todos e Mais Luz para Amazônia.
Pretende “reduzir a dependência do diesel e oferecer energia limpa, especialmente a solar, nos sistemas isolados, para as comunidades quilombolas, ribeirinhas e indígenas, incluindo as terras Yanomami”, afirma o MME.