BR Distribuidora compra Targus e entra no mercado de comercialização de energia elétrica

Aquisição de 70% dos papéis da companhia por R$ 62,1 milhões ainda precisa de aprovação do Cade

Solar panels field in the city of Nanao, Ishikawa Prefecture, Japan

Champs de panneaux solaires de la ville de Nanao (préfecture Ishikawa), au Japon

 

Credits: PIERRE-OLIVIER / Capa Pictures / Total

capapictures-site@capatv.com
Solar panels field in the city of Nanao, Ishikawa Prefecture, Japan Champs de panneaux solaires de la ville de Nanao (préfecture Ishikawa), au Japon Credits: PIERRE-OLIVIER / Capa Pictures / Total [email protected]

A BR Distribuidora anunciou nesta quinta-feira (26) a compra 70% da Targus Energia por R$ 62,1 milhões. A compra sela a entrada da BR no segmento de comercialização de energia elétrica.

A aquisição ainda prevê mecanismos de earn-out e opções de compra e venda dos 30% restantes de capital da Targus. A companhia, em operação desde 2017, possui cerca de 200 unidades consumidoras em sua carteira e obteve faturamento próximo de R$ 900 milhões, ano em que negociou o fornecimento de 3,9 mil gigawatts-hora (GWh).

O contrato prevê o pagamento dos valores ao longo dos próximos quatro anos. Mas a operação ainda necessita de aprovação do Cade.

A BR é a maior distribuidora do país, em participação de mercado. Atua na logística e comercialização de combustíveis líquidos, incluindo o segmento de aviação, opera bases e terminais. Em 2019, a Petrobras conclui a oferta de ações que levou a pulverização do controle da BR Distribuidora, deixando de ser uma subsidiária integral.

Novos Mercados

O diretor de Finanças, Compras e Relações com Investidores da BR, André Corrêa Natal, informou que a aquisição está alinhada com a proposta de gestão de portfólio da empresa, visando a abertura de novas opções de crescimento.

Em setembro, Cade aprovou, sem restrições, a entrada da no capital da Golar Distribuidora, com até 50% de participação. As duas empresas têm assinado um memorando de entendimento paraa formar uma sociedade para atuar na distribuição de gás natural liquefeito ().

A parceria em negociação é reflexo da aposta da Golar e da BR Distribuidora na oferta de GNL em pequena escala no Brasil, uma modalidade que tem certos limites em termos de competitividade, mas é vista como uma opção para desenvolvimento de mercados não atendidos pela rede de transporte e distribuição de gás natural, e até mesmo concorrer com o gás canalizado.

A Golar está lutando para conseguir arrendar o Terminal de GNL da Petrobras na Bahia, licitação que acabou desclassificada depois da divulgação do envolvimento que seu ex-presidente, Eduardo Antonello, virou alvo da operação Lava Jato por conta de sua atuação na Seadrill, empresa que afreta sondas para perfuração em águas profundas para a Petrobras.

Antonello se afastou do cargo para cuidar da defesa, mas a medida não foi suficiente para que a análise de risco da Petrobras.

Iniciado em dezembro de 2019, o arrendamento do Terminal de GNL da Bahia faz parte do acordo firmado com o Cade (o TCC) que prevê a saída da Petrobras de diversos elos do mercado de gás, como transporte e distribuição.

[sc name=”newsletter” ]