Biocombustíveis

BP Bunge obtém aval para comercializar etanol brasileiro nos EUA

As 11 unidades da companhia receberam certificação da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos

Com capacidade produtiva de 1,7 bilhão de litros/ano de etanol por safra, companhia está presente em cinco estados brasileiro: Goiás, São Paulo, Minas Gerais, Tocantins e Mato Grosso do Sul (foto: JornalCana)
Com capacidade produtiva de 1,7 bilhão de litros/ano de etanol por safra, companhia está presente em cinco estados brasileiro: Goiás, São Paulo, Minas Gerais, Tocantins e Mato Grosso do Sul (foto: JornalCana)

As 11 unidades agroindustriais da BP Bunge Bioenergia receberam certificação da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA, sigla em inglês), que verifica a sustentabilidade do processo produtivo do etanol e do negócio.

Segundo anúncio da companhia nesta segunda (24/1), o registro dá aval para a exportação do biocombustível para o mercado norte-americano.

A BP Bunge Bioenergia é uma joint venture criada em dezembro de 2019 a partir da união dos negócios de bioenergia, da bp, e açúcar, da Bunge, no país. Com um modelo de negócio integrado, a companhia atua em toda a cadeia produtiva e na venda de bioenergia e açúcar a partir da cana-de-açúcar.

Com capacidade produtiva de 1,7 bilhão de litros/ano de etanol por safra, a companhia está presente em cinco estados brasileiro: Goiás, São Paulo, Minas Gerais, Tocantins e Mato Grosso do Sul, atuando em 54 municípios.

As 11 usinas operadas pela joint venture são capazes de processar 32 milhões de toneladas de cana por ano e, até a data de sua criação, os Estados Unidos (EUA) eram o maior cliente do etanol nacional exportado.

Naquele ano, as vendas externas do combustível somaram 1,93 bilhão de litros, dos quais 1,19 bilhão (61%) foram para os EUA, de acordo com levantamento da Bloomberg.

Para Mario Lindenhayn, presidente executivo e do conselho de administração da BP Bunge, a procura global por energia segura, renovável e com baixas emissões de carbono tende a aumentar

“E os biocombustíveis, como o etanol, serão parte fundamental nessa transição energética para um modelo mais sustentável e menos poluente”, afirmou em nota.

Por ser uma fonte limpa e renovável, o uso do etanol, comparado à gasolina, pode reduzir em até 90% a emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE), quando avaliado todo o ciclo de vida do combustível.

“Queremos desempenhar um papel de liderança em uma transição rápida para um futuro de baixo carbono. Essa certificação em todas as nossas unidades é mais um passo nessa direção e está em linha com a nossa agenda de compromissos para 2030”, disse ainda.

Vendas de etanol brasileiro para os EUA recuaram

Em 2021, os EUA caíram para a 2ª posição entre os maiores compradores de etanol das usinas brasileiras.

Dados do Observatório da Cana mostram que dos 1,95 bilhão de litros exportados pelo Brasil no ano passado, cerca de 786 milhões de litros foram para a Coréia do Sul. Os EUA compraram apenas 460 milhões de litros em 2021, ante 984 milhões de litros em 2020.

Houve recuo também no total exportado pelo Brasil. Em 2020, as vendas externas somaram 2,67 bilhões de litros. 

A queda nas exportações para os Estados Unidos é resultado do aumento da produção de etanol de milho no país, cuja capacidade cresceu 4% entre 2019 e 2021, um incremento de 2,5 bilhões de litros, de acordo com a Bloomberg.

O volume adicionado na capacidade das indústrias americanas em apenas dois anos é mais de 30% superior a todo o etanol exportado pelo Brasil no ano passado.