O ministro de Hidrocarburos da Bolívia , Luis Alberto Sánchez, afirmou – durante coletiva de imprensa – que pretende participar do mercado de distribuição de gás natural no Brasil. O governo Evo Morales tem se movimentado para entrar no capital da MTGás e da MSGás, empresas responsáveis pela distribuição de gás natural no Mato Grosso e no Mato Grosso do Sul, respectivamente.
“A Bolívia tem grandes oportunidades de participação na distribuição de gás no Brasil, que se converte em um sócio estratégico para nosso país”, disse.
A Petrobras deve divulgar em um mês a estratégia para a venda de participações nas distribuidoras de gás natural no país. A informação é do presidente da estatal, Roberto Castello Branco, ao sair da assinatura do Termo de Compromisso de Cessação fechado na última segunda-feira, 8, com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE).
O Brasil é o principal destino do movimento de internacionalização da YPFB, a estatal boliviana de gás. Em dezembro do ano passado, a Shell fechou memorando de entendimentos com a YPFB para compra de 4 milhões de m³/dia de gás natural até 2022 e 10 milhões de m³/dia de gás natural a partir daí. A empresa pretende utilizar o gás para ampliar sua posição como fornecedora do energético no país.
Na última quinta-feira, os presidentes da Bolívia, Evo Morales, e da Rússia, Vladimir Putin, assinaram acordos para o desenvolvimento de negócios na área de gás natural na Bolívia e no Brasil. O acordo entre a YPFB e a Acron prevê fornecimento de 2,2 milhões de m³/dia de gás natural, por 20 anos, a partir de 2023, para a UFN III. A YPBF será sócia da UFN III, com 12% da fábrica e direito de elevar a participação para 30%.
A venda da fábrica não foi fechada com a Petrobras, que retomou as negociações da UFN III e da Araucária Nitrogenados (Ansa) em 14 de junho, após decisões judiciais favoráveis no STF (liberou a venda de subsidiárias sem precisar passar pelo Congresso) e na Justiça Federal do Rio de Janeiro.
Como entrar no mercado de distribuição?
Além da venda direta da participação da Petrobras nas distribuidora de gás, alguns estados que pretendem aderir ao Plano de Promoção do Equilíbrio Fiscal , o chamado Plano Mansueto, devem privatizar sua participação nas distribuidoras de gás. É o caso do Rio Grande do Sul, que já teve a privatização da Sulgás aprovada na Assembleia Legislativa do estado.
O modelo de privatização da distribuidoras com participação da Petrobras ainda não foi anunciado. A estatal possui participação indireta – a partir da Gaspetro, onde é sócia da Mitsui – em 19 empresas de distribuição de gás natural das 27 constituídas no país.