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Bolívia deve passar a importar gás natural, projeta Wood Mackenzie

Consultoria estima que produção boliviana cairá de 40 milhões de m3/dia, em 2022, para 11 milhões de m3/dia em 2030

Bolívia deve passar a importar gás natural, projeta Wood Mackenzie. Na imagem: Alberto Fernández [à direita], presidente da Argentina, recebe na Casa Rosada o presidente da Bolívia, Luis Arce [à esquerda], na manhã do dia 7/4/22 (Foto: Ministério de Relações Exteriores da Argentina)
Presidentes da Bolívia, Luis Arce, e da Argentina, Alberto Fernandez: queda da produção boliviana de gás natural e autossuficiência argentina podem mudar o cenário do energético na América do Sul e afetar o Brasil (Foto: MRE/Argentina)

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Você vai ver aqui: produção do país vizinho deve cair a menos de um terço do volume atual, se não houver sucesso na busca por novas reservas; Galp compra 500 mil barris de petróleo da União; governo vai propor mudança na Lei das Estatais. E mais:

A produção de gás natural da Bolívia cairá mais rápido do que o esperado e o Brasil pode não dispor do energético do país vizinho ao fim da década, avalia a Wood Mackenzie. A previsão é que os bolivianos, hoje grandes exportadores, passem a importar gás.

— A consultoria estima que a produção boliviana cairá de cerca de 40 milhões de m3/dia, em 2022, para 11 milhões de m3/dia, em 2030. Atualmente, a demanda doméstica consome cerca de 30% da oferta total, mas, até 2030, o consumo interno deverá superar a oferta.

A reversão desse cenário depende do sucesso dos investimentos exploratórios na Bolívia. A estatal YPFB promete aumentar as campanhas exploratórias a partir de 2023 e buscar novas fronteiras.

— Entretanto, a Wood Mackenzie lembra que, em 2021, o governo boliviano lançou um plano de exploração, mas apenas três dos 20 poços anunciados foram perfurados – e estão secos. “Além disso, os termos fiscais do país estão entre os menos competitivos da região”, pontua a analista de exploração e produção para a América Latina, Kuy Hun Koh Yoo.

Se confirmadas as projeções, muda-se o tabuleiro do gás na América do Sul. A Argentina caminha para a autossuficiência nos próximos anos, com o desenvolvimento esperado das reservas de gás não-convencional de Vaca Muerta, na Bacia de Neuquén.

— Já o Brasil “ainda requer muitas importações”, lembra o analista de gás e energia da Wood Mackenzie para América Latina, Henrique Anjos.

— Por isso, os bolivianos esperam repor suas reservas e, com a queda da demanda argentina, elevar a oferta ao Brasil a partir de 2025, quando vê uma janela de oportunidade para diversificar clientes aqui.

Com a expansão dos terminais de gás natural liquefeito (GNL) nos últimos 15 anos, o Brasil já não é mais tão dependente da Bolívia como nos anos 2000. Mas o país vizinho ainda responde por 25% do abastecimento. E representa, para o Brasil, um gás mais barato que o GNL importado – e, em muitos casos, que o próprio gás nacional.

Em 2022, o Brasil sentiu, na prática, a limitação da oferta boliviana. Após assinar um contrato mais vantajoso com a Argentina, a Bolívia reduziu os volumes destinados à Petrobras – de 20 milhões de m3/dia para cerca de 15 milhões de m3/dia.

— Agentes do mercado brasileiro também já se posicionam, diante da possível redução da oferta boliviana. A Nova Transportadora do Sudeste (NTS) pretende investir num projeto chamado “Corredor Pré-Sal” – que permitirá aumentar em 24 milhões de m³/dia a oferta de gás do Rio de Janeiro até São Paulo e, no limite, deslocar parte do gás boliviano também na região Sul.

— O cenário em que a Bolívia se torna uma importadora de gás, contudo, não é um consenso no mercado. A Gas Energy, por exemplo, prevê, igualmente, um declínio na produção boliviana. Mas estima que o país vizinho produzirá entre 24 milhões e 25 milhões de m3/dia em 2030, se não houver novas descobertas — mais que suficiente para abastecer o consumo interno, projetado em 14 milhões de m3/dia.

Galp compra carga de 500 mil barris de petróleo da União A petroleira arrematou em leilão a carga, oriunda do contrato de partilha de produção do campo de Atapu, no pré-sal. A Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA) informou que a venda deve gerar receitas de R$ 210 milhões, quando o carregamento estiver disponível, no segundo bimestre.

Produção de petróleo no Brasil cai em dezembro Foi o segundo mês consecutivo de queda. O volume médio produzido foi de 3,032 milhões de barris/dia no mês passado, queda de 2,04% ante novembro. A produção de gás natural também caiu na comparação mensal (0,39%), ficando em 139,8 milhões de m3/dia em dezembro, em média. Reuters

— Ainda segundo a Reuters, a Petrobras bateu a sua meta de produção para 2022, com volume médio de 2,154 milhões de bpd, mas o montante foi 2,6% menor que em 2021.

Opep mantém previsão de aumento da demanda de petróleo em 2023 Relatório mensal da Organização dos Países Exportadores de Petróleo divulgado nessa terça (17/1) projeta que a demanda global avançará 2,2 milhões de barris/dia em 2023. O cartel também reiterou sua estimativa de aumento na demanda em 2022, em 2,5 milhões de bpd. Estadão

O Brent operava em alta de 1,41%, a US$ 87,13 o barril, na manhã desta quarta (18/1). Ontem, o barril para entrega em março subiu 1,72%, para US$ 85,92, ainda sob a expectativa de uma reativação econômica na China, que pode impulsionar a demanda. AFP

Ex-diretor de E&P da Petrobras pede ao TCU bloqueio do pagamento de dividendos Guilherme Estrella solicitou, nessa terça (17/1), uma decisão do presidente do Tribunal de Contas da União, Bruno Dantas, sobre o bloqueio do pagamento de R$ 21,99 bilhões em dividendos a todos os acionistas da empresa, programado para quinta-feira.

— O processo já está em andamento no tribunal. Inicialmente, o ministro Augusto Nardes negou a suspensão dos dividendos, em novembro, mas pediu esclarecimento à estatal. Depois, Nardes se afastou do TCU, e o processo não foi redistribuído. O Globo

Governo vai propor mudanças na Lei das Estatais Segundo o Valor, a proposta está sendo preparada pela Secretaria de Assuntos Jurídicos (SAJ) da Casa Civil, com apoio da Advocacia-Geral da União (AGU).

— O plano é um senador aliado acolher as sugestões e apresentar um texto para substituir a proposta aprovada pela Câmara no fim do ano passado e que estacionou no Senado, após a repercussão negativa no mercado financeiro.

— Não está definido se a flexibilização a cargos atualmente restritos para carreiras técnicas será total ou parcial. Assessores do governo dizem que, por enquanto, a ideia é que o substitutivo abra espaço para aliados somente nos conselhos de administração de estatais.

— A Lei das Estatais gerou dúvidas quanto às indicações de Aloizio Mercadante para o comando do BNDES e de Jean Paul Prates para a presidência da Petrobras. Mercadante já tomou posse no banco de fomento. E a indicação de Prates para a petroleira foi aprovada pela Casa Civil e está sob análise da companhia

Energia limpa na agenda de Fernando Haddad em Davos Ministro da Fazenda tem aproveitado o Fórum Econômico Mundial para transmitir uma mensagem de compromisso do governo Lula com o equilíbrio fiscal e ambiental. E reforçado o interesse em captar investimentos externos para a agenda da reindustrialização a partir da economia verde.

MME promete reforçar segurança contra ataques à transmissão O ministro Alexandre Silveira (PSD), disse que uma série de medidas estão sendo discutidas, como o uso de drones para monitoramento. E evitou atribuir os atos de vandalismo a motivações políticas.

UE prepara Lei da Indústria Net Zero A lei irá financiar o desenvolvimento de tecnologias limpas até 2030. “O objetivo será concentrar o investimento em projetos estratégicos ao longo de toda a cadeia de suprimentos”, disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça.

Frete marítimo vai demandar 50 milhões de toneladas de H2V por ano até 2050 A previsão é da Agência Internacional de Energia Renovável (Irena, na sigla em inglês). O hidrogênio verde será usado para produzir amônia e metanol como combustível para o transporte marítimo.

EDP Brasil quer vender térmica a carvão A venda da termelétrica de Pecém, no Ceará, integra a estratégia da EDP para descarbonizar suas operações. Fundos de investimento são vistos como potenciais compradores, já que as grandes empresas de energia também buscam reduzir emissões ou mesmo sair de ativos ligados a combustíveis fósseis. Mover

Comercializadora do Itaú recebe certificação de bioeletricidade A União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica) emitiu o Selo Energia Verde, do Programa de Certificação de Bioeletricidade, para a comercializadora de energia do Itaú Unibanco. É a primeira comercializadora a receber a certificação em 2023.

Cubico compra projeto solar da ZEG O complexo será instalado nos municípios de Sobral e Santana do Acaraú (CE) e deverá receber investimentos de R$ 3 bilhões. É o primeiro investimento da Cubico em projetos solares no Brasil. Quando entrar em operação comercial, em julho de 2025, será o maior parque solar fotovoltaico do país. Valor

Atualizada para incorporar as projeções da Gas Energy sobre a produção boliviana

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