Membros da Coalizão Brasil para o Financiamento da Restauração e da Bioeconomia (BRB) anunciaram nesta quarta (23/7) que alcançaram a cifra de US$ 2,6 bilhões para em recursos mobilizados para projetos de restauração florestal e bioeconomia no país.
O valor representa mais de um quarto da meta de mobilizar pelo menos US$ 10 bilhões até 2030 para financiar a conservação e o desenvolvimento econômico baseado na natureza.
O compromisso foi firmado no lançamento da coalizão na Cúpula do G20 no Brasil, em novembro de 2024, por instituições financeiras que encabeçaram a iniciativa, entre elas, Banco do Brasil, BNDES, BTG Pactual, IDB Invest, Banco Mundial e Fórum Econômico Mundial.
Também conta com participação de organizações, empresas e startups, como Instituto Arapyaú, Instituto Clima e Sociedade, Instituto Itaúsa, Mombak, The Nature Conservancy e re.green.
Segundo a coalizão, desde seu lançamento, já foram restaurados ou protegidos dois milhões de hectares de florestas em todos os biomas brasileiros, com foco especial na Amazônia.
“A coalizão é uma poderosa demonstração do potencial que o Brasil possui para liderar uma nova era de financiamento climático e restauração florestal”, afirma Mauricio Bianco, vice-presidente da Conservation International no Brasil, um dos 23 membros da BRB.
“Apesar dessa confirmação tão animadora de que já estamos a mais de um quarto do caminho para nossa meta, isso é apenas o começo. Esperamos apoiar os membros da coalizão na ampliação dos investimentos e na entrega de resultados concretos antes da COP30, em Belém”, completa.
A coalizão reúne 23 empresas e instituições dos setores público e privado. As metas incluem restaurar e conservar pelo menos cinco milhões de hectares de florestas e lançar projetos de Soluções Baseadas na Natureza (NBS, na sigla em inglês) para capturar pelo menos um bilhão de toneladas CO2 até 2050, ajudando o Brasil a cumprir suas metas no Acordo de Paris.
Apoio a comunidades locais
As ambições da coalizão também incluem investimento de US$ 500 milhões em iniciativas que beneficiem povos indígenas e comunidades locais, principalmente na região amazônica.
Recentemente, o grupo publicou um mapeamento de povos indígenas e fundos comunitários para subsidiar investidores que buscam direcionar capital para a bioeconomia comunitária no Brasil.
O levantamento identificou 37 organizações com alto potencial de impacto socioambiental e climático, em sua maioria situadas na Amazônia, cujas necessidades de investimento variam de R$ 100 mil a R$ 300 milhões por projeto.
Lideradas por populações tradicionais e indígenas, algumas das iniciativas mapeadas têm potencial para capturar até duas toneladas de CO2 por hectare por ano.
O estudo observa, entretanto, que apesar de sua grande capacidade de adaptação e inovação, essas iniciativas são limitadas pela falta de acesso a recursos financeiros.
E recomenda fortalecer fundos comunitários, criar linhas de financiamento de longo prazo e a incluir empreendimentos comunitários nas estratégias de financiamento climático.