BRASÍLIA — A multinacional de química Basf iniciou uma operação de barter com a produtora gaúcha de biodiesel Olfar para troca de insumos por créditos de descarbonização do RenovaBio (CBIOs). Na prática, a Olfar, detentora dos créditos, irá transferir o montante vendido na B3 para a Basf em troca do fornecimento de produtos.
Segundo a Basf, o modelo de barter desenvolvido pela própria companhia com base na Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio), possibilita o incentivo à produção de energia renovável no país, ao mesmo tempo em que atende a necessidade dos seus clientes.
A primeira operação do tipo ocorreu em 2021, também com uma produtora gaúcha de biodiesel, a 3Tentos.
No negócio com a Olfar, os CBIOs funcionarão como ativos de troca para a aquisição de insumos agrícolas e metilato de sódio, um catalisador destinado à produção de biodiesel.
“Este é um mercado muito importante, porque permite reinvestir o crédito referente ao combustível limpo, em um novo ciclo de produção, o que traz ainda mais valor para essa cadeia”, afirma Alejandro Bossio, diretor de Negócios de Monômeros para a América do Sul.
O executivo considera que esta é uma oportunidade de agregar valor ao CBIO ao mesmo tempo em que contribui com a estratégia da empresa química de ser carbono zero.
Créditos de descarbonização
“A Olfar já atua há algum tempo em negociações com créditos de carbono, e realizou uma análise muito criteriosa no sentido de definir a estratégia mais adequada para a dinâmica de comercialização. O objetivo era viabilizar a transação junto à Basf, porém, sem perder valor ou prejudicar o mercado de CBIOs, e essa sensibilização é muito importante”, relata José Carlos Weschenfelder, presidente do Grupo Olfar.
Atuando com o mercado de CBIOs desde 2019, a empresa conta com a certificação RenovaBio em todas as suas usinas.
“Trabalhamos com práticas sustentáveis em toda a nossa cadeia produtiva e seguimos buscando, incessantemente, as melhores soluções no que diz respeito à responsabilidade socioambiental, com investimentos contínuos em inovação e melhorias. Isso inclui desde as nossas atividades nas plantas industriais, até as operações de comercialização. Nesse processo, é fundamental estabelecer parcerias que compartilhem da mesma visão”, complementa o presidente da Olfar.