Energia

Banrisul promete linhas de crédito para hidrogênio verde no Rio Grande do Sul

Estado espera que novo energético acrescente R$ 62 bilhões no PIB gaúcho até 2040

Presidente do Banrisul, Claudio Coutinho, e governador do RS, Eduardo Leite (Foto: Gustavo Mansur / Palácio Piratini)
Presidente do Banrisul, Claudio Coutinho, e governador do RS, Eduardo Leite (Foto: Gustavo Mansur / Palácio Piratini)

RIO — O Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul) pretende disponibilizar linhas de crédito para projetos de energias renováveis voltados para a produção de hidrogênio verde no estado.

“Iremos avançar em disponibilizar para os empreendedores – com potencial para investimentos em hidrogênio verde – linhas de crédito compatíveis com o retorno dos investimentos”, afirmou o presidente do Banrisul, Cláudio Coutinho, na semana passada, durante um evento de negócios.

Ele lembrou que a nova indústria de hidrogênio renovável pode acrescentar até R$ 62 bilhões ao PIB gaúcho, segundo levantamento do governo estadual.

“O Banrisul vai acompanhar essa tendência, permitindo acesso a linhas de crédito que fomentem a descarbonização”, completou.

Governo define estratégias para hidrogênio

Em fevereiro, o governador gaúcho, Eduardo Leite, já tinha apresentado as estratégias estaduais que serão adotadas para estimular a produção de hidrogênio verde — dentre elas financiar a substituição de transporte coletivo por veículos movidos a hidrogênio.

Por meio do programa Avançar na Sustentabilidade, o Rio Grande do Sul já destinou R$ 5 milhões para projetos de hidrogênio verde.

“Além das razões econômicas, o investimento em hidrogênio verde se deve à nossa compreensão da necessidade de minimizar os efeitos das mudanças climáticas, acelerados pela ação humana”, disse o governador, na ocasião do lançamento da estratégia estadual.

Portos e potencial eólico offshore

Até agora, o governo gaúcho já firmou quatro memorandos de entendimento com as empresas White Martins, Enerfín, Neoenergia e Ocean Winds, interessadas em realizar estudos ou implementar projetos relacionados ao hidrogênio renovável no Rio Grande do Sul.

Parte desses empreendimentos está integrada a investimentos em usinas eólicas offshore. O estado possui atualmente 22 projetos de parques eólicos em alto mar em licenciamento junto ao Ibama. Juntos eles somam mais de 55 GW em capacidade instalada.

Os projetos eólicos estão próximos a zonas portuárias, como os portos de Pelotas, Porto Alegre e de Rio Grande – maior polo industrial do Rio Grande do Sul.

A proximidade com complexos portuários é apontada como uma vantagem para o escoamento, exportação e consumo da produção de hidrogênio verde.

A aposta do governo, entretanto, vai além da exportação. Leite acredita que o Rio Grande do Sul pode produzir o hidrogênio para atender à demanda da indústria química e do agronegócio, na produção de fertilizantes de baixo carbono.

O estado é um dos maiores produtores agrícolas do país.

Financiamento com BNDES

O apoio do Banrisul também deve contar com recursos do Banco Nacional do Desenvolvimento  Econômico e Social (BNDES)

“Oferecemos acesso não só a linhas convencionais, de mercado, mas também às do BNDES e da Finep, que oferecem prazos e condições diferenciadas”, disse o presidente do Banrisul.

No ano passado, o BNDES lançou um programa de apoio a projetos pilotos de produção ou utilização de hidrogênio verde.

O valor máximo de financiamento foi fixado em R$ 300 milhões, com recursos do Fundo Clima, destinado à cadeia de energias renováveis.

Na época, o banco confirmou a ideia de expandir suas linhas de financiamento para apoiar também projetos de produção de hidrogênio verde em larga escala, para exportação.