Aumento do diesel mobiliza greve dos caminhoneiros; governo federal minimiza riscos

COMECE SEU DIA

em jogo

O aumento do preço do diesel mobiliza os movimentos de caminhoneiros grevistas, mas o governo federal confia que os setores insatisfeitos não terão força para parar as rodovias do país, como ocorreu em 2018.

— O reajuste de 4,4% no diesel é uma “ferramenta para agitar a greve”, diz o assessor executivo da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), Marlon Maues ao Metrópoles. A CNTA não vinha figurando como um dos grupos de apoio à greve. “Fica com um sentimento de traição”, diz à Folha.

— “Já recebemos a sinalização de que o governo está tentando anular o impacto na bomba reduzindo PIS e Cofins, que são impostos federais, mas não é suficiente, precisa que os estados baixem o ICMS também” diz.

— É uma saída política para as lideranças bolsonaristas dos grupos de caminhoneiros. Ao mirar os governos estaduais, dão abertura para Bolsonaro se desviar do foco da insatisfação e até mesmo usar o movimento para atacar João Dória, adversário político que elevou o ICMS em São Paulo este ano.

— Bolsonaro foi entusiasta da greve de 2018. Antes da pandemia, quando os preços externos em alta pressionavam os combustíveis, também desafiou os governadores com a promessa de zerar impostos federais se eles baixassem o ICMS.

— “Não recebemos resposta do governo. A paralisação está de pé”, disse o presidente do Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas, Plínio Dias, ao Globo. O Ministério da Infraestrutura nem sequer reconhece a CNTRC como uma entidade representativa dos caminhoneiros.

Combustíveis mais caros. Em meio a pressão dos importadores de combustíveis e cálculos de consultorias que apontavam defasagem de até 9% em relação aos valores internacionais, a Petrobras reajustou gasolina e óleo diesel em suas refinarias a partir desta quarta (27).

— Pela segunda vez, a companhia anunciou apenas a correção em reais, não o percentual de reajuste.

— O preço médio da gasolina entregue ao mercado vai subir R$ 0,1006 (5,05%) por litro, e o diesel vai ficar R$ 0,0912 (4,4%) por litro mais caro – será o primeiro reajuste de preços do diesel desde 29 de dezembro do ano passado.

— Assim, o preço médio da gasolina passa para R$ 2,08 por litro, e o preço médio de diesel, para R$ 2,12 por litro.

— A Abicom, que representa os importadores de combustíveis – autora de uma reclamação no Cade contra a Petrobras – voltou a se manifestar na segunda (25).

— Segundo cálculos da associação, a defasagem nos preços do diesel varia entre -R$0,34/l e -R$0,28/L e da gasolina, entre -R$0,29/L a -R$0,21/L.

— Portanto, os reajustes de hoje, de cerca de R$ 0,10 para ambos os combustíveis, também não são suficientes para eliminar a defasagem calculada pelos importadores. epbr

Enauta retoma produção de Atlanta. A Enauta retomou a operação de um dos poços produtores do campo de Atlanta, na Bacia de Santos. A interrupção preventiva da produção foi divulgada pela companhia em 19 de novembro de 2020.

— O Sistema de Produção Antecipada (SPA) de Atlanta conta com três poços produtores, conectados ao FPSO Petrojarl I. O poço que voltou a operar foi o 7-ATL-4HB-RJS, que retornou com produção inicial de aproximadamente 11,0 mil barris de óleo por dia.

— O poço 7-ATL-3H-RJS está previsto para retornar ainda neste trimestre, com produção inicial esperada em torno de 10,0 mil b/d. E o 7-ATL-2HP-RJS está previsto para retornar em meados deste ano.

— Assim, a Enauta estima que a produção média diária de Atlanta para o ano de 2021 atinja 14,0 mil b/d de óleo, com margem de variação de 10% negativa ou positiva.

— Em dezembro, a Enauta anunciou um acordo para assumir a participação de 50% da Barra Energia no campo de Atlanta. Com a decisão, a empresa passou a ter 100% do projeto.

— Atlanta é um campo de pós-sal, produtor de petróleo pesado. O campo entrou em operação em 2018, e o plano original era substituir o FPSO Petrojarl I por uma unidade com maior capacidade e elevar o número de poços de três para 12 no sistema definitivo.

Produção em alta. Após fechar o mês de dezembro de 2020 em declínio, a produção brasileira de petróleo deu sinais de recuperação nas duas primeiras semanas de janeiro, de acordo com a S&P Global Platts Analytics.

— Segundo a consultoria, a recuperação marca o fim das paradas de manutenção realizadas em diversos sistemas de produção no ano passado, que fizeram a produção brasileira recuar de 3,1 milhões de barris/dia em agosto para 2,7 milhões de b/d em dezembro.

— As paradas incluíram áreas como Tupi (ex-Lula), Búzios e Sapinhoá, no pré-sal da Bacia de Santos, o que fizeram com que a produção do pré-sal caísse de 2,2 milhões de b/d em agosto para 1,92 milhão de b/d no mês passado. Já nas primeiras duas semanas de janeiro, a produção do pré-sal subiu para 2,06 milhões de barris por dia.

— Apesar disso, a S&P Global Platts Analytics ressalta que o ritmo de recuperação está abaixo do registrado após manutenções nos últimos anos. Por isso, a consultoria prevê a recuperação aos níveis de agosto de 2020 apenas em novembro ou dezembro deste ano.

— A consultoria espera que o Brasil adicione cerca de 120 mil b/d de óleo à sua produção a produção em 2021, na comparação com o ano passado, e 150 mil b/d em 2022, a partir do ramp-up e do início da produção de projetos do pré-sal.

Petróleo estável Os preços do petróleo fecharam a terça (26/1) praticamente estáveis, com o aumento contínuo no número de casos de coronavírus no mundo afetando as perspectivas de demanda, mas relatos de uma explosão na Arábia Saudita limitando as perdas nos mercados da commodity.

— O Brent terminou a sessão em leve alta, de US$ 0,03, ou 0,05%, a US$ 55,91 o barril. Já o WTI recuou US$ 0,16, ou 0,3%, para US$ 52,61 o barril.

— Em movimento que reduz ainda mais o otimismo no mercado, os membros do Partido Democrata dos EUA ainda tentam convencer parlamentares republicanos da necessidade de mais estímulos, levantando dúvidas sobre quando e de que forma um pacote será aprovado. UOL, com Reuters

E&P nos EUA. O presidente dos EUA, Joe Biden, planeja interromper temporariamente a concessão de novos contratos de exploração de petróleo e gás em áreas que pertencem ao governo federal, segundo fontes a par do assunto, estabelecendo um confronto com a indústria do setor sobre o futuro da energia no país.

— O governo redigiu uma ordem executiva para impor uma moratória sobre as novas concessões enquanto realiza uma revisão do programa federal de óleo e gás, disseram as fontes, no que é um primeiro passo para cumprir a promessa de campanha de Biden de encerrar a exploração em áreas federais.

— Além de suspender a concessão de novos contratos de petróleo e gás, Biden deve estabelecer uma meta de proteger 30% das terras e águas sob controle federal até 2030, disseram as fontes com conhecimentos dos planos. Valor, com Dow Jones

Carta branca na BR. Wilson Ferreira Júnior, que pediu demissão da Eletrobras, chega com carta branca para comandar a BR Distribuidora, a maior rede de postos de combustíveis do país. Ele reúne pelo menos três atributos que o conselho da BR está buscando para a empresa, segundos pessoas próximas à distribuidora de combustíveis.

— “Ele teve sucesso na liderança de grandes grupos e capacidade de realizar a mudança de cultura de uma empresa estatal para uma companhia privada. E terá competência para enxergar na BR um leque mais amplo do que uma distribuidora de combustíveis”, disse uma fonte ao Valor.

— A decisão pelo nome do executivo já tinha sido tomada pelo board da BR Distribuidora em dezembro, depois de quase 30 nomes de executivos analisados desde julho do ano passado. A BR Distribuidora contratou a consultoria Egon Zehnder para assessorá-los no processo.

— Ferreira Júnior deve ficar na Eletrobras até 5 de março e aguarda ainda a decisão do Comissão de Ética Pública (CEP), da Presidência da República, para saber se deve cumprir um período de quarentena antes de assumir o posto ocupado por Rafael Grisolia.

— Segundo informações do Ministério de Minas e Energia (MME), Ferreira Jr. continuará no Conselho de Administração da estatal elétrica.

Shell compra biocombustível. O ECB Paraguay e a Shell Trading Company assinaram um contrato plurianual para fornecimento de 500 milhões de litros por ano de diesel renovável e combustível renovável para aviação a partir de 2024, totalizando 2,5 bilhões de biocombustíveis.

— O diesel renovável HVO (Hydrotreated Vegetable Oil) e o combustível renovável para aviação (synthetic paraffinic kerosene, SPK), também conhecido como sustainable aviation fuel (SAF), serão produzidos na biorrefinaria Omega Green, em construção pelo grupo ECB no Paraguai, com capacidade total de produção de 20.000 barris por dia de HVO, SPK, SAF e nafta verde.

— Na semana passada, o ECB anunciou um contrato 1 bilhão de litros de biocombustíveis avançados com a petroleira britânica bp, que está investindo na mudança do seu portfólio de suprimento de energia para comercializar mais combustíveis renováveis. epbr

Leilão da CEEE-D em março O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), confirmou nessa terça (26/1) que fará em março a venda da Companhia Estadual de Distribuição de Energia Elétrica (CEEE-D).

— Em conferência virtual do banco Credit Suisse, Leite disse que o governo gaúcho também aposta em um futuro leilão da companhia de saneamento do estado. Valor

Por e-mail, você recebe também recebe diariamente a agenda das autoridades

[sc name=”newsletter” ]