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Aumento de produção levará emissões do O&G de volta aos níveis pré-pandêmicos até 2028, estima Woodmac

Relatório aponta que intensidade das emissões diretas e indiretas de escopo 1 e 2 cai 12% desde 2017, mas mais trabalho é necessário nas emissões absolutas

Aumento de produção de petróleo e gás levará emissões do O&G de volta aos níveis pré-pandêmicos até 2028, estima consultoria Wood Mackenzie. Na imagem, FPSO Pioneiro de Libra com flare aberto, para queima do excesso de gás (Foto: André Ribeiro/Agência Petrobras)
FPSO Pioneiro de Libra com flare aberto, para queima do excesso de gás (Foto: André Ribeiro/Agência Petrobras)

BRASÍLIA – Relatório da Wood Mackenzie sobre a descarbonização da indústria de petróleo e gás aponta que a intensidade das emissões diretas e indiretas de escopo 1 e 2 no upstream caiu 12% desde 2017, no entanto, as emissões absolutas podem estabilizar devido ao crescimento da produção.

Embora iniciativas como a redução do flare, detecção e reparo de metano, eletrificação de plataformas e investimentos em tecnologias de captura, utilização e armazenamento de carbono (CCUS) estejam mostrando algum resultado, volumes mais altos de produção estão elevando as emissões absolutas em algumas regiões.

Incluindo os outros componentes da cadeia de valor de petróleo e gás, as emissões absolutas podem exceder os níveis pré-pandêmicos até 2028, diz a consultoria.

“Os esforços precisam ir além do que já foi feito”, comenta Adam Pollard, analista principal da Wood Mackenzie.

“Por exemplo, ainda são queimados mais de 10 bilhões de pés cúbicos de gás diariamente. No geral, as emissões no upstream continuam intrinsecamente ligadas à produção. As emissões de combustão continuam sendo as maiores fontes, mas o progresso na redução tem sido limitado. A eletrificação pode proporcionar grandes reduções, mas apenas onde houver energia de baixo carbono disponível”, explica.

Segundo Pollard, enquanto majors internacionais estão liderando a trajetória de melhora na intensidade de emissões, impulsionadas por compromissos de zero líquido e pelo aumento de regulamentações e impostos sobre o carbono, as as empresas nacionais de petróleo respondem por 51% das emissões no upstream e nem todas entraram no movimento de descarbonização.

Superemissores

O relatório também aponta que metade das emissões do setor de upstream são provenientes de apenas 165 campos de petróleo e gás. Essa categoria inclui emissores persistentes de flare, campos gigantes do Oriente Médio, projetos de areias petrolíferas e GNL integrado.

“No futuro, novos desenvolvimentos terão emissões mais baixas do que a média da indústria e as empresas usarão fusões e aquisições como alavanca para maximizar a proporção de barris vantajosos em seu portfólio”, avalia Pollard.

“No entanto, muitas empresas e governos têm muito a fazer. A intensificação dos esforços nas emissões começa com a definição de metas, o desenvolvimento de estratégias de descarbonização, a adesão a iniciativas existentes e a aprendizagem com as grandes empresas que já estão nessa jornada”, completa.