BRASÍLIA — A Atlas Renewable Energy anunciou nesta terça (14/6) a aquisição de um projeto eólico em Minas Gerais do produtor e provedor francês de energia Voltalia. O projeto, denominado Juramento, terá capacidade de geração de 378 MW e será composto por 63 turbinas eólicas.
Juramento é o segundo projeto eólico da Atlas Renewable Energy.
Em abril, a companhia assinou um Contrato de Compra de Energia (PPA) com a Enel Energia Chile, para o desenvolvimento do portfólio eólica de Alpaca (417 MW).
“Com Juramento continuamos expandindo e diversificando nossa oferta de produtos em todas as regiões onde atuamos”, diz Luis Pita, gerente geral da Atlas Renewable Energy no Brasil.
Diferente de Alpaca, Juramento não possui um PPA, e está disponível a qualquer comprador que queira adquirir energia renovável no Brasil.
“Este projeto está atualmente disponível para qualquer grande consumidor de energia que procura um PPA para a transição de fontes convencionais de energia para energias renováveis”, completa Pita.
Juramento vai gerar 1.650 GWh por ano, o que equivale a beneficiar 799.524 famílias brasileiras, evitando a emissão de 123.750 toneladas de CO₂. Segundo a geradora internacional de energia renovável, esse volume se compara à remoção de 49.500 carros das ruas de São Paulo.
A estrutura da transação será revisada e finalizada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) nos próximos dias.
Brasil é 6º país com mais eólicas
O Brasil subiu uma posição no Ranking de Capacidade Total Instalada de Energia Eólica Onshore e ocupa agora a 6ª posição, com 21,5 GW. O país fica atrás de China (310,6 GW), Estados Unidos (134,3 GW), Alemanha (56,8 GW), Índia (40 GW) e Espanha (28,3 GW).
Em 2021, o Brasil foi o terceiro país que mais instalou eólicas, repetindo o feito de 2020. Foram 3,8 GW de nova capacidade — quase o dobro da média dos anos anteriores.
“É uma indústria que tem atuado de forma muito eficiente e que tem alcançado resultados cada vez melhores, com um crescimento não apenas no mercado regulado, mas com forte expansão no mercado livre”, comenta Elbia Gannoum, presidente da Abeeólica.
A fonte é a segunda maior em participação na matriz elétrica brasileira. A expectativa da Abeeólica é chegar a 2026 com pelo menos 36 GW, considerando os contratos já assinados.
“Estamos dando passos importantes, devemos ver eólicas offshore dentro de alguns anos, as discussões sobre a produção de hidrogênio verde por meio das eólicas ganham cada vez mais espaço e o mercado livre tem se mostrado cada vez mais importantes, com boas perspectivas de crescimento”, avalia Gannoum.
Rastreadores mapeiam construção global de renováveis
O Global Energy Monitor (GEM) lançou em maio dois rastreadores desenvolvidos para acompanhar a transição energética no mundo.
A ferramenta fornece dados sobre os mais de 18 mil projetos eólicos em operação e planejados em 144 países, além dos cerca de 8 mil projetos solares também em operação e planejamento em 148 países.
As ferramentas de rastreio e os relatórios do GEM já são utilizados por organizações como o Banco Mundial, IEA (na sigla em inglês), Bloomberg Global Coal Countdown e setores da ONU para observar o mercado de combustíveis fósseis.
“Capturar toda a extensão do desenvolvimento de energia solar e eólica em todo o mundo é fundamental para medir o progresso em direção à transição energética. Com dados em nível de projeto e de acesso aberto como estes, estamos agora em uma posição muito mais forte para acompanhar como cada país está se posicionando em relação às suas próprias metas declaradas de energias renováveis”, afirma Ingrid Behrsin, gerente de projeto do Rastreador de Energia dos Ventos do GEM.