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ArcelorMittal e EDP vão estudar uso de hidrogênio verde na produção do aço

Empresas assinaram memorando de entendimento para avaliar viabilidade técnica e econômica de uma planta-piloto de hidrogênio

ArcelorMittal e EDP assinam acordo para estudar uso de hidrogênio verde na produção do aço, com a presença de [da esquerda para direita]: Jorge Oliveira, CEO ArcelorMittal Latam; Renato Casagrande, governador do ES; Nicola Davidson, VP de Comunicação e Sustentabilidade da ArcelorMittal; e João Marques da Cruz, CEO da EDP Brasil (Foto: Divulgação)
Da esquerda para direita: Jorge Oliveira, CEO ArcelorMittal Latam; Renato Casagrande, governador do ES; Nicola Davidson, VP de Comunicação e Sustentabilidade da ArcelorMittal; e João Marques da Cruz, CEO da EDP Brasil (Foto: Divulgação)

BRASÍLIA – ArcelorMittal Tubarão e EDP assinaram nesta quinta (26/10) um memorando de entendimento (MoU) para avaliar a viabilidade técnica e econômica de uma planta-piloto para a produção e uso de hidrogênio verde no processo de fabricação do aço.

Localizada na região metropolitana da Grande Vitória, no Espírito Santo, a unidade de produção integrada de aços planos de Tubarão está investindo em iniciativas para produzir aço com baixo teor de carbono.

CEO ArcelorMittal Aços Planos América Latina, Jorge Oliveira explica que a iniciativa está alinhada com a meta global do grupo de se tornar neutro em carbono até 2050.

“Com essa colaboração, exploraremos a possibilidade e viabilidade de, futuramente, incorporar e aplicar o hidrogênio como parte do nosso processo produtivo contribuindo, juntamente, com alternativas para nos tornarmos no futuro uma empresa carbono neutro”.

Embora seja um piloto, está no radar da produtora de aço analisar a viabilidade de expandir a aplicação do H2 verde para para outras unidades no Brasil futuramente, conta Oliveira.

Também esta semana, a ArcelorMittal firmou um convênio com a Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) para a criação de um centro de descarbonização industrial em Belo Horizonte (MG).

Com investimento inicial de R$ 34 milhões, a ideia é desenvolver projetos de P&D relacionados a biocombustíveis sustentáveis, uso de hidrogênio verde, captura e transformação de CO2 e novas tecnologias de produção de aço.

Estudo de viabilidade

A primeira etapa da parceria, de viabilidade preliminar, avaliará os aspectos técnicos, econômicos e ambientais do projeto. Também serão definidos o escopo e os requisitos para a execução, para subsidiar as decisões relacionadas às próximas fases do empreendimento.

Os estudos começaram em agosto, com grupos de trabalho das áreas de engenharia, desenvolvimento de projeto, ambiental, utilidades, regulação e financeiro identificando possíveis modelos de negócios com retornos para ambas as empresas.

Segundo as companhias, a viabilidade de instalação de uma planta-piloto será avaliada de acordo com os resultados obtidos nas diversas etapas do estudo, principalmente no Estágio de Definição do Projeto. O estudo deverá ser concluído em um ano.

“Para que o Brasil possa despontar como uma referência na produção de Hidrogênio Verde é crucial que haja demanda. A parceria com a ArcelorMittal é um exemplo de como a EDP está trabalhando para fomentar este mercado”, comenta João Marques da Cruz, CEO da EDP Brasil.

A EDP planeja ampliar a produção de hidrogênio a partir da eletrólise com energia renovável. A empresa produziu a primeira molécula de hidrogênio verde da América Latina em dezembro de 2022, no Ceará.

“Esperamos que este seja o primeiro projeto de expansão da produção hidrogênio verde e de parcerias estratégicas da EDP com diferentes segmentos da indústria que podem ser descarbonizados”, completa.