Mercado de gás

Aprovada fusão Enauta e 3R Petroleum; Décio Oddone será CEO da nova empresa

Enauta passa a ser uma subsidiária da 3R Petroleum; Maha Energia será extinta

Aprovada fusão entre as petroleiras Enauta e 3R Petroleum e Décio Oddone será CEO da nova empresa. Na imagem: Homem branco de terno e gravata, levemente calvo e de cabelos grisalhos e sem barba, de pé, fala ao microfone. Décio Oddone, membro do conselho consultivo do Cebri, foi diretor-geral da ANP (Foto: Agência Câmara)
Décio Oddone vai comandar a nova 3R que surge com a fusão com a Enauta (Foto: Agência Câmara)

RIO – A 3R Petroleum e a Enauta divulgaram, nesta sexta-feira (17/5), fato relevante informando que os conselhos de administração das duas empresas aprovaram incorporação das ações da Enauta pela 3R Petroleum.

Décio Oddone vai comandar a nova 3R Petroleum que surge com a fusão com a Enauta.

O atual presidente da 3R Petroleum, Matheus Dias, será membro do Conselho de Administração da nova empresa. (Veja no pé da matéria a diretoria e o CA completo)

Com a fusão das atividades das empresas, a Enauta passa a ser uma subsidiária da 3R Petroleum. As ações da Enauta deixarão de ser negociadas no segmento do Novo Mercado da B3, com o cancelamento do seu registro de companhia aberta.

Serão emitidas novas ações ordinárias, nominativas, escriturais e sem valor nominal pela 3R a serem atribuídas aos acionistas da Enauta.

A operação de incorporação da Enauta pela 3R Petroleum precisa ser aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Também foi aprovada a incorporação da Maha no Brasil, que será extinta. A 3R passará a ser titular da totalidade das ações de emissão da Maha Offshore.

As empresas estimam que a fusão das atividades reforçará o modelo de negócios das empresas, por conta da complementaridade dos ativos e da realização de investimentos mais robustos para a manutenção e desenvolvimento de tais ativos.

Enxergam potenciais sinergias de natureza operacional, comercial, financeira e de governança, e de ganhos de eficiência, em especial na otimização de custos, despesas e fortalecimento dos investimentos nas diferentes possibilidades de crescimento.

“Tal visão estratégica está baseada, principalmente: (i) na capacidade e excelência dos talentos de ambas as Companhias; (ii) na complementariedade, qualidade e escala do portfólio combinado; e (iii) no histórico de sucesso das Companhias na implementação de projetos na indústria”,diz fato relevante divulgado pelas empresas.

Veja como ficará a diretoria da 3R Petroleum:

  • Décio Fabrício Oddone da Costa, para o cargo de Diretor Presidente
  • Rodrigo Pizarro Lavalle da Silva, para o cargo de Diretor Financeiro
  • Pedro Rodrigues Galvão de Medeiros, para o cargo de Diretor de Relações com Investidores
  • Carlos Ferraz Mastrangelo, para o cargo de Diretor sem designação específica

E o Conselho de Administração:

  • Harley Lorentz Scardoelli
  • Carlos Alberto Pereira de Oliveira
  • Rogério Paulo Calderón Peres
  • André Marcelo da Silva Prado
  • Ricardo de Queiroz Galvão
  • Mateus Tessler Rocha
  • Matheus Dias de Siqueira

Aposta no gás natural

O CEO da Enauta, Décio Oddone, acredita que a fusão com a 3R Petroleum pode fortalecer os planos da companhia para o mercado de gás natural e energia, ainda que o foco principal da transação seja o ganho de escala na produção de petróleo.

A Enauta vem se reposicionando no mercado de gás, por meio de aquisições. No fim de 2023, a petroleira anunciou a compra dos campos de Uruguá e Tambaú, operado pela Petrobras no pós-sal da Bacia de Santos. Junto com as concessões, a Enauta adquiriu a infraestrutura de escoamento de gás que conecta os campos até a concessão de Mexilhão.

Até então, a presença da empresa no setor de gás se resumia à fatia de 45% que detém em Manati, campo no litoral baiano que está em declínio, mas que tem perspectivas de desenvolvimento de estocagem subterrânea de gás no futuro.

Manati e Uruguá-Tambaú, segundo Oddone, já posicionam estrategicamente a Enauta no mercado de gás. Os planos da petroleira independem, portanto, da fusão com a 3R.

“Mas a combinação amplificaria o potencial desse negócio [gás e energia] para a companhia”, disse o CEO, na quarta-feira (8/5), durante teleconferência com analistas e investidores sobre os resultados financeiros do 1º trimestre