Leilões

Governo negocia quatro blocos do pré-sal na oferta permanente

Primeira concorrência do tipo arrecadou R$ 916 milhões em bônus de assinatura

1º Ciclo da Oferta Permanente de Partilha de Produção da ANP (Foto: Cortesia)
1º Ciclo da Oferta Permanente de Partilha de Produção da ANP (Foto: Cortesia)

RIO — O 1º Ciclo da Oferta Permanente da Partilha da Produção (OPP), realizado nesta sexta (16/12) pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), negociou quatro blocos exploratórios e arrecadou R$ 916,252 milhões em bônus de assinatura.

O investimento previsto na exploração das áreas arrematadas é de R$ 1,44 bilhão.

Das 11 áreas disponíveis, sete não receberam ofertas: Itaimbezinho, Turmalina, Ágata, Cruzeiro do Sul, Esmeralda, Jade e Tupinambá.

Foi o melhor resultado para uma rodada no modelo da oferta permanente (incluída, na conta, também a OP no regime de concessão), em termos de receita para o Tesouro, com bônus.

Para efeitos de comparação, o 1º Ciclo da OP, em 2019, movimentou R$ 15,3 milhões e negociou 33 ativos. O 2º Ciclo, em 2020, por sua vez, levantou R$ 30,9 milhões em bônus e vendeu 17 concessões, enquanto no 3º Ciclo, este ano, foram arrematadas 59 áreas e levantados R$ 422 milhões em bônus de assinatura.

A Petrobras foi a protagonista do leilão, com três áreas arrematadas como operadora. Seis empresas diferentes arremataram ativos:

  • bp
  • Petrobras
  • Petronas
  • Qatar Energy
  • Shell
  • TotalEnergies

Quem levou o quê?

  • Petrobras (30%)/TotalEnergies (30%)/Petronas (20%)/Qatar Energy (20%): Pagou R$ 65,443 milhões em bônus de assinatura pelo bloco Água Marinha (Bacia de Campos).A proposta apresentada originalmente pelo consórcio TotalEnergies/Petronas/Qatar Energy, de 42,4 % em excedente em óleo, superou a oferta da Petrobras (60%)/Shell (40%), de 39,5%. A estatal brasileira, que havia manifestado direito de preferência pela área, exerceu o direito, garantido por lei, de entrar no consórcio vencedor.
  • Petrobras (100%): Vai desembolsar R$ 511,692 milhões por Norte de Brava (Bacia de Campos). O percentual de excedente em óleo proposto pela companhia, de 61,71%, superou o lance apresentado pelo consórcio Equinor/Petronas, de 30,71%.
  • bp(100%): A empresa pagará R$ 8,861 milhões por Bumerangue (Bacia de Santos). Não houve concorrência pelo ativo. O percentual de excedente em óleo ofertado foi de 5,9%.
  • Petrobras (60%)/Shell (40%): O consórcio vai desembolsar, em bônus, R$ 330,256 milhões por Sudoeste de Sagitário (Bacia de Santos).  Não houve concorrência pelo ativo. O percentual de excedente em óleo ofertado foi de 25%.

Assista na íntegra à entrevista do CEO da Shell Brasil, Cristiano Pinto da Costa, sobre o leilão

O 1º Ciclo da Oferta Permanente da Partilha disponibilizou oportunidades de aquisição de blocos exploratórios em duas bacias sedimentares diferentes: Santos e Campos, em mar.

Foram negociadas duas áreas em Campos e duas em Santos.

Das quatro áreas negociadas no leilão, três delas (Bumerangue, Sudoeste de Sagitário e Norte de Brava) haviam sido ofertadas em rodadas passadas, sem sucesso.

O diretor-geral da ANP, Rodolfo Saboia, atribui o sucesso desses ativos na licitação desta sexta, em parte, à revisão dos parâmetros do edital — como redução dos bônus e percentual mínimo de excedente em óleo.

Assista na íntegra à entrevista de Rodolfo Saboia à epbr, sobre os resultados do leilão:

Errata: Ao contrário do informado pela ANP, inicialmente, o investimento previsto na exploração das áreas arrematadas é de R$ 1,44 bilhão, e não R$ 432 milhões.

Reveja a transmissão do primeiro leilão de partilha da oferta permanente e acompanhe a repercussão sobre a licitação com especialistas, no canal da epbr no Youtube

Veja aqui o mapa interativo do setor de O&G no país