RIO – A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) interditou a produção de óleo e gás da Origem Energia no Polo Alagoas, após identificar “desvios críticos” na segurança operacional do ativo.
A companhia teve de recorrer ao mercado de curto prazo, nos últimos dias, para comprar gás natural para honrar seus contratos de comercialização vigentes, segundo fontes.
O histórico do caso remonta a novembro de 2023. Na ocasião, a diretoria da ANP determinou que todas as operadoras onshore fizessem um autodiagnóstico para verificar os desvios e recomendações apresentadas pelo regulador.
O objetivo era evitar novas situações similares àquelas que levaram às interdições dos polos Carmópolis (SE) e Bahia Terra em 2022.
A Origem foi a primeira empresa do onshore a passar, entre os dias 10 e 14 de junho, pela fiscalização da ANP após a determinação do autodiagnóstico.
A agência concedeu, inicialmente, um prazo de 90 dias para que os operadores se adequassem. Na prática, contudo, esse prazo se estendeu por 210 dias.
Apesar disso, de acordo com o documento de fiscalização da ANP, a Origem “se concedeu prazo até 2025”.
“(…) o Operador, mesmo dispondo de tamanho prazo para examinar seu sistema de gestão a fim de eliminar toda e qualquer situação de risco grave e iminente (RGI), não implementou ações necessárias para justificar a continuidade operacional diante de diversos desvios críticos que colocam em risco grave e iminente a vida humana e o meio ambiente”, cita o documento da ANP.
A Origem esclareceu, em nota, que recebeu “alguns apontamentos para adaptações em certos programas de segurança operacional” e que “vem trabalhando de maneira diligente para o envio da documentação e evidências de procedimentos solicitados”.
A companhia acrescentou que está focada, no momento, no cumprimento de todas as exigências documentais para o pronto restabelecimento da totalidade das operações no Polo Alagoas. E que está assegurado o abastecimento de gás do estado.