A diretoria da Agência Nacional de Petróleo (ANP) aprovou nesta quinta-feira (12) a indicação para o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) de mais de 120 blocos exploratórios para a 17ª rodada de licitações, prevista para acontecer em 2020. O conselho, que se reúne ordinariamente em dezembro, define agora os blocos que serão efetivamente levados para leilão.
A 17ª rodada de licitações vai ofertar blocos exploratórios no mar em setores em águas profundas e ultrasprofundas.
A única exceção será o setor SP-AR-1, em águas rasas da Bacia de Pelotas. A região registra pouca atividade exploratória e pouco interesse das petroleiras que disputam concorrência no país. A agência chegou a ofertar seis blocos exploratórios na bacia na 14ª rodada de licitações, realizada em 2017, mas as áreas não receberam oferta.
A concorrência pode também representar o retorno da margem equatorial brasileira nos leilões da ANP. Existe a previsão para oferta de áreas no setor em águas ultraprofundas da Bacia do Pará-Maranhão e na Bacia Potiguar, que também registra pouca atividade exploratória.
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Pará-Maranhão
A Bacia do Pará-Maranhão foi ofertada pela última vez pela ANP na 11a rodada de licitações, realizada em 2013. A Enauta adquiriu no leilão os blocos PAMA-M-265 e PAMA-M-337. Em setembro do ano passado, a Enauta devolveu à ANP a concessão dos blocos.
Em fevereiro deste ano, a diretoria da ANP decidiu suspender os contratos dos blocos exploratórios PEPB-M-783 e PEPB-M-839, operados pela Petrobras na Bacia de Pernambuco-Paraíba, até o Ibama se manifestar sobre a viabilidade da exploração de petróleo e gás na região. Com isso, prorrogou por 180 dias o compromisso do segundo período exploratório das áreas a partir da emissão da licença ambiental.
Os dois blocos são operados pela Petrobras, que tem a Petrogal (Galp + Sinopec) como sócia. As áreas foram arrematadas na 9a rodada da ANP, realizada em novembro de 2007, ou seja, há pouco mais de 11 anos. O consórcio nunca conseguiu licença ambiental para perfurar na área.
Além dos projetos da Petrobras e a Petrogal, a Niko possui a concessão de duas áreas exploratórias na Bacia de Pernambuco-Paraíba. Os blocos PEPB-M-621 e PEPB-M-729 foram arrematados em parceria com Petra Energia na 11a rodada da ANP.
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Campos e Santos são destaque
As bacias de Campos e Santos devem ser o destaque do leilão com seis dos 11 setores que serão ofertados na concorrência, sendo quatro setores na Bacia de Campos e outros dois, na Bacia de Santos. Os blocos que serão ofertados na região estão todos fora do polígono do pré-sal.
Na Bacia de Campos, grande parte dos setores que podem ser ofertados estão na parcela capixaba da bacia. No setor SC-AP3 estão os quatro blocos exploratórios arrematados pela Petrobras na 14ª rodada de licitações, realizada em 2017. No setor SC-AP1 estão os blocos CM-37 e CM-67, que foram arrematados pela ExxonMobil no mesmo leilão.
Os dois setores que poderão ser ofertados na Bacia de Santos estão no extremo Sul da Bacia, na divisa com a Bacia de Pelotas. O setor SS-AP4 margeia o bloco exploratório S-M-1537, arrematado pela Karoon na 14ª rodada. Próximo também está o campo de Baúna, recentemente comprado pela própria Karoon da Petrobras.
Baúna iniciou a produção em fevereiro de 2013 com pico de produção acima de 76.000 barris por dia em setembro de 2013. O sistema de produção é formado por seis poços produtores, três poços injetores de água e um poço de injeção de gás, interligados ao FPSO Cidade de Itajaí, uma unidade de produção afretada com o consórcio Teekay/Ocyan, com capacidade de processamento de 80.000 barris por dia.
Bacia Potiguar
A ANP também deve ofertar áreas exploratórias em no setor SPOT-AP2, em águas profundas da Bacia Potiguar, no Rio Grande do Norte. No setor estão os blocos exploratórios arrematados pela Whintershall DEA, Shell e Petrobras na 15a rodada da agência, realizada em 2018.
A Wintershall Dea está licenciando um poço exploratório na área do bloco POT-M-857. A empresa informou ao Ibama que pretende utilizar um navio-sonda com posicionamento dinâmico para a realização da campanha, que vai utilizar o Porto de Natal como base de apoio.
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