O Ministério de Minas e Energia prometeu realizar um “roadshow” para buscar investidores para a conclusão das obras da usina nuclear de Angra 3. A afirmação foi feita pela secretária-executiva do MME, Marisete Dadald, em reunião com a diretoria da Associação Brasileira para o Desenvolvimento de Atividades Nucleares (ABDAN) e executivos de empresas do setor nuclear na manhã desta quarta-feira, 6.
De acordo com a ABDAN, o MME deve concluir os preparativos para o circuito de visitas a potenciais investidores em 30 dias.
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MME promete edital para 2020
Na reunião de hoje o secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do MME, Reive Barros, afirmou que o governo quer lançar o edital para a retomada das obras em junho de 2020. Para isso, o MME deve definir ainda este ano o modelo de negócio capaz de atrair o setor privado.
Desde que chegou ao governo, o ministro Bento Albuquerque tem afirmado o interesse em retomar as obras da usina, paralisadas desde 2015. O ministro, que esteve na reunião desta manhã, afirma que é viável pôr a usina em operação até 2026 com a atração de um parceiro privado para o empreendimento.
A retomada das obras constou como uma das 35 prioridades do governo de Jair Bolsonaro em documento apresentado pelo ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, em 24 de janeiro.
Projeto que se arrasta
A retomada das obras de Angra 3 já era apontada como prioridade pelo governo Michel Temer. Em março de 2017 o governo preparava uma licitação capaz de interessar investidores privados. O plano era licitar em 2018 para concluir as obras até 2024. Não saiu do papel.
Em outubro passado, foi publicada uma resolução do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) aprovando o relatório do Grupo de Trabalho sobre a usina nuclear. O texto liberava o aumento do preço da energia da usina para R$ 480,00/MWh e autorizava a qualificação do projeto no Programa de Parceria de Investimentos – PPI.
Na época, o presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Júnior, afirmou que “já estaria muito satisfeito” se a documentação com as regras para a licitação fosse lançada até meados de 2019. No setor privado, a nova referência de preço de Angra 3 foi considerado atraente e despertou o interesse de 5 potenciais investidores, segundo o Valor Econômico.
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