Energia

Aneel tira recursos de fiscalização para monitorar linhas de transmissão

Remanejamento foi necessário após cortes de orçamento nas agências reguladoras

Aneel vai remanejar recursos de fiscalização para monitorar linhas de transmissão afim de evitar paralizações ou apagão. Na imagem: Rede de transmissão de energia elétrica (Foto: Saulo Cruz/MME)
Rede de transmissão de energia elétrica (Foto: Saulo Cruz/MME)

BRASÍLIA – A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) fará um remanejamento de recursos. Em texto publicado no site da agência nesta quinta-feira (25/7), foi anunciado que haverá uma transferência de R$ 1,5 milhão para evitar a paralisação do sistema de monitoramento de linhas de transmissão.

Desde junho, as agências reguladoras convivem com cortes de 20% no orçamento. O orçamento previsto para 2024 era de R$ 5 bilhões.

O Sistema de Gestão Geoespacializada da Transmissão (GGT) monitora manutenções das faixas de servidão contra a incidência de incêndios que podem ocasionar apagões, assim como ocorreu em agosto de 2023.

Vale lembrar que a incidência de queimadas que poderiam atingir as linhas de transmissão é maior no período seco que vai de junho a outubro.

A ferramenta está em operação desde 2017 e acompanha 102 linhas de transmissão que totalizam 43 mil quilômetros.

A verba que será realocada faz parte do programa de fiscalização nos estados, que tem um custo total de R$ 17,8 milhões. A Aneel afirma que, embora o orçamento seja menor, as ações seguirão.

Problemas

À época do anúncio do corte de gastos, as 11 agências reguladoras divulgaram uma nota conjunta apontando as dificuldades enfrentadas, citando o orçamento insuficiente. “Arrecadam mais de R$130 bilhões por ano, enquanto o orçamento previsto para 2024 era de cerca de R$ 5 bilhões”.

Os servidores das agências estão em mobilização para reivindicar melhores salários. A proposta apresentada pelo governo, com aumentos de 13,4% a 21,4%, foi rejeitada em assembleia na segunda-feira (22/7).

A próxima rodada de negociações está marcada para o dia 29 de julho. Caso a próxima proposta não seja aceita, está marcada uma paralisação de 48 horas, a partir do dia 1° de agosto.