BRASÍLIA — A Amazon anunciou hoje (25/8) um acordo com a Plug Power para fornecimento de 10.950 toneladas por ano de hidrogênio verde para suas operações de transporte e construção a partir de 2025.
A empresa começará a usar hidrogênio verde — feito a partir da eletrólise de água com energia renovável — para substituir hidrogênio cinza (de gás natural), diesel e outros combustíveis fósseis, como estratégia para alcançar sua meta de emissões líquidas zero de carbono em 2040.
O contrato de fornecimento disponibilizará energia suficiente para 30 mil empilhadeiras ou 800 caminhões pesados usados em transporte de longa distância.
Segundo Kara Hurst, vice-presidente de Sustentabilidade Mundial da Amazon, a tecnologia foi escolhida pelo seu potencial para descarbonizar setores intensivos em emissões, como frete de longa distância, fabricação de aço, aviação e transporte marítimo.
“Acreditamos que aumentar a oferta e a demanda por hidrogênio verde, como por meio deste acordo com a Plug Power, desempenhará um papel fundamental em nos ajudar a alcançar nossos objetivos [de ser carbono líquido zero]”, comenta a executiva.
Do cinza para o verde
Como o maior comprador corporativo de energia renovável, a Amazon também quer dar um impulso para “mudar a cor do hidrogênio”, já que hoje, mais de 95% do fornecimento é feito a partir de combustíveis fósseis. E indica que grandes acordos do setor privado é que vão alavancar a solução verde.
“Já temos mais de 70 centros de distribuição equipados com sistemas de armazenamento e dispensação de hidrogênio, o que nos permitirá começar a usar hidrogênio verde para substituir os combustíveis fósseis”, conta Dean Fullerton, vice-presidente de serviços globais de engenharia e segurança.
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Atualmente, a empresa usa esse sistema para alimentar mais de 15 mil empilhadeiras movidas a células a combustível, com planos de aumentar esse número para 20 mil em 100 centros de distribuição até 2025.
“Isso é apenas o começo. Em todas as operações, estamos explorando e testando o uso de outras aplicações de hidrogênio, como caminhões elétricos de célula a combustível e estações de geração de energia de célula a combustível que fornecem eletricidade aos edifícios da Amazon”, completa Dean.
Novas tecnologias
As empilhadeiras são apenas um caso de uso para dimensionar o hidrogênio. Outros usos potenciais estão em desenvolvimento, tanto na combustão, como combustível substituto do gás natural e diesel, quanto em células a combustível que geram eletricidade.
No entanto, mais equipamentos aptos a usar hidrogênio precisam ser disponibilizados comercialmente — com o acordo anunciado hoje, a Amazon espera dar uma sinalização à indústria de que é preciso expandir a economia do hidrogênio.
“Estamos construindo um ecossistema completo de hidrogênio – desde a molécula até as aplicações combinadas com uma rede resiliente de plantas de hidrogênio verde em todo o mundo – para facilitar a adoção por empresas que desejam atingir o zero líquido”, diz Andy Marsh, CEO da Plug.
Além do contrato de fornecimento com a Plug Power, a Amazon anunciou recentemente que investiu em duas empresas que desenvolvem tecnologia de eletrolisadores para aumentar a produção de hidrogênio verde.
O investimento faz parte do Fundo de Compromisso Climático com aporte de US$ 2 bilhões para investimento de risco que apoia o desenvolvimento de tecnologias e serviços sustentáveis.
