BRASÍLIA – Um grupo de mais de 60 CEOs membros da Aliança para a Descarbonização da Indústria (Afid) anunciou na terça (5/12) compromissos para reduzir 51% das emissões diretas e indiretas de gases de efeito estufa (GEE) e aumentar a capacidade instalada de energia renovável de 84 gigawatts (GW) hoje para 187 GW em 2030.
O anúncio foi feito durante a COP28, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, encontro global de discussões sobre políticas climáticas.
Com mais de 30% das emissões globais de gases de efeito estufa e quase 40% do consumo de energia, o setor industrial é o segundo maior emissor global, atrás apenas da geração de energia.
Com a previsão de aumento significativo na demanda por energia e produtos industriais, a transição nesses segmentos para fontes de baixo carbono é apontada pelos cientistas como crucial para limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C até o final do século.
Este é um dos objetivos da Afid, criada com a proposta de descarbonizar as cadeias de valor industriais e acelerar as ambições de zero líquido de acordo com o Acordo de Paris.
Os fundadores e parceiros da Aliança incluem organizações privadas e públicas atuantes em setores intensivos em energia, desde petroleiras como Adnoc, Repsol e Equinor até empresas de energia renovável como Enel Green Power e EDF Renewables, passando também por indústrias intensivas no consumo energético como a mineradora brasileira Vale.
US$ 50 bilhões
Para impulsionar soluções de energia de baixo carbono, entre elas o hidrogênio verde, os membros da aliança também se comprometeram a aumentar os investimentos em projetos de transição energética para mais de US$ 50 bilhões até o final desta década. Além de elevar a requalificação da força de trabalho de 15% para 91%.
A Afid também faz um apelo aos governos para criar políticas, regulamentações e incentivos que apoiem cortes de emissões, facilitem a transição para uma economia de baixo carbono e invistam em energia limpa e tecnologias sustentáveis.
“Não há alternativa para a transição energética – precisamos agir juntos. A parceria promove o progresso, e este compromisso conjunto é um passo importante. Não há razões ou desculpas para esperar pela ação. Todas as tecnologias necessárias estão disponíveis, e está claro que sem mudanças significativas, o aquecimento global aumentará mais de 3°C”, defende Christian Bruch, co-presidente da Afid e CEO da Siemens Energy.
A Afid é co-presidida por Siemens Energy e Tata Steel, enquanto a Agência Internacional de Energia (Irena) atua como secretariado.
Desde seu lançamento em 2022, a aliança recebeu a adesão de 50 empresas e 13 parceiros. O grupo se concentra em cinco pilares e facilitadores: renováveis, hidrogênio verde, bioenergia com captura, utilização e armazenamento de carbono (CCUS), capital humano e finanças.
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