A Comissão de Finanças e Tributação da Alerj aprovou nesta quinta-feira (13) o envio de um ofício ao Ministério Público do Estado (MPRJ) pedindo que seja aberta uma investigação acerca da suspeita de que o secretário estadual de Desenvolvimento, Lucas Tristão, teria elaborado dossiês contra os deputados.
Tristão é o principal secretário do gabinete do governador Wilson Witzel (PSC) e seu aliado desde a eleição. Os dois também são sócios em um escritório de advocacia no Espírito Santo.
Nos próximos dias é aguardada uma nova votação na comissão, dessa vez feira de forma conjunta com a Comissão de Segurança Pública, para convocar o secretário a dar depoimento sobre o caso. A pressão sobre o secretário aumenta ainda mais a tensão na relação entre o governo e a Alerj, onde Witzel nunca conseguiu formar maioria. Nos bastidores, deputados afirmam que a investigação do caso dos dossiês pode dar início a um processo de impeachment contra o governador.
A votação pelo acionamento do MP uniu deputados da esquerda à direita. O único a votar contra foi Alexandre Knoploch (PSL), parlamentar oriundo da base de apoio bolsonarista, mas que permaneceu próximo ao governador quando a família Bolsonaro rompeu com Wilson Witzel.
Há duas semanas, Witzel e Tristão sofreram uma dura derrota ao tentar emplacar o nome de Bernardo Sarreta, atual subsecretário de Óleo, Gás e Energia, para uma cadeira no conselho da Agenersa, a agência reguladora que regula gás, água e saneamento no estado. A sabatina do afilhado político de Tristão foi considerada “vergonhosa” por deputados e fez Witzel desistir da indicação.
Procurada pela epbr, a Secretaria de Desenvolvimento não se manifestou sobre o assunto.
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