A Aker Solutions espera ter 30% do faturamento de sua fábrica de São José dos Pinhais, no Paraná, oriunda de exportações nos próximos cinco anos. Nesta segunda, 27, a empresa celebrou a entrega dos primeiros equipamentos que serão entregues para operações da Equinor, no Mar da Noruega.
O contrato com a Equinor inclui 124 módulos de equipamentos submarinos, com valor globa de R$ 1,7 bilhão, dos quais R$ 100 milhões serão executados pela fábrica brasileira em São José dos Pinhais.
A vice presidente executiva de Produtos da Aker Solution, Maria Peralta, afirma que a recente queda na demanda no mercado brasileiro ajudou na consolidação da presença de exportações no faturamento da fábrica paranaense. Agora, mesmo com as expectativas de reaquecimento do segmento subsea no Brasil, a empresa acredita ser possível manter cerca de um terço da receita oriunda do mercado externo.
Para isso a companhia negocia novas encomendas para projetos na África e outros na Noruega. “O Brasil é potencial fornecedor”, diz Peralta, que ressalta a capacidade de exportação de conteúdo local brasileiro. A encomenda para a Equinor contou com 80% de conteúdo local na fabricação dos sistemas de controle (subsea control modules, SCM).
“Nossa estratégia é que a gente deve manter uma parte da nossa demanda focada no exterior, ao contrário do que aconteceu no passado (…) temos que manter o equilíbrio da balança, com diversidade de clientes”.
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ANMs no foco da produção no Brasil
Inaugurada em 2016, a fábrica brasileira no Paraná é um dos dois centros globais de tecnologia da companhia, ao lado de outra planta localizada na Malásia, e está inserida na estratégia de desenvolvimento de novas tecnologias. A novidade promovida pela Aker é a produção de árvores de natal molhadas (ANMs) de baixo custo, projetadas para ter uma configuração versátil, que podem ter preços até 30% mais competitivos, segundo a empresa.
ANMs são equipamentos submarinos são um conjunto de válvulas operados remotamente que fazem o controle do fluxo de linhas de produção e injeção dos poços.
O projeto é desenvolvido com a Shell e a Petrobras e deve estar pronto em dois anos. O novo produto será uma aposta também para o momento atual de aquecimento do mercado brasileiro, com novas operadoras entrando no país.
Peralta afirma que o Brasil está ocupando um lugar de destaque no foco das grandes petrolíferas globais, mas ressalta que o aquecimento do setor é também motivo de atenção na cadeia de produção, por provocar o aumento da competição.
“O que a gente viu no Brasil nos últimos anos foi uma revolução, mas o modelo de negócio de operadoras internacionais é um pouco diferente”, diz, destacando a diferença para os antigos contratos de longo prazo da Petrobras. “Hoje em dia a competitividade é mandatária”.