BRASÍLIA — A fabricante francesa de aeronaves Airbus está testando a mistura de diesel verde (HVO, na sigla em inglês para óleo vegetal hidrotratado) ao combustível marítimo da embarcação Ciudad de Cadiz, que transporta equipamentos para suas fábricas na França, Itália e Tunísia.
Fornecido pela Neste e produzido em Roterdã, o diesel renovável é feito de óleo de cozinha residual e não contém combustíveis fósseis ou aditivos.
Durante 18 meses de testes, a expectativa é que quase de um terço do combustível total (cerca de 330 toneladas) seja renovável, o que reduzirá as emissões de CO2 em até 20% por viagem em comparação com o combustível fóssil.
Em um ano, apenas na rota Saint-Nazaire-Tunis-Nápoles-Saint-Nazaire, a Airbus pretende evitar a emissão de cerca de seis mil toneladas de CO2.
Os testes também permitirão avaliar o desempenho do combustível renovável e do motor da embarcação, confirmando o quanto foi capaz de reduzir as emissões de CO2.
Biocombustíveis no frete marítimo
O Ciudad de Cadiz é operado pela Louis Dreyfus, que já tem um histórico de testes com biocombustíveis em suas embarcações.
No final de abril do ano passado, a trade navegou, pela primeira vez, usando 30% de biocombustível em parceria com a fabricante de navios Wisby Tanke, da Suécia, para testar a viabilidade da mistura com o combustível naval.
A viagem durou 55 dias, partindo do terminal em Ghent, Bélgica, até outro terminal da companhia em Santos, Brasil, e voltando com uma carga completa de sucos de laranja.