Energia

AES Brasil estima US$ 2 bi de investimento em produção de hidrogênio verde no Ceará

Companhia prevê produção de 500 mil toneladas de amônia verde para exportação 

Vice-presidente da AES Brasil, Ítalo Freitas, e governador cearense, Camilo Santana, durante assinatura do memorando de entendimento (foto: Governo do Ceará)
Vice-presidente da AES Brasil, Ítalo Freitas, e governador cearense, Camilo Santana, durante assinatura do memorando de entendimento (foto: Governo do Ceará)

A AES Brasil, subsidiária da AES Corp, e o governo do Ceará assinaram nesta segunda (13) um memorando de entendimento para implementação de um projeto de produção de hidrogênio verde (H2V) no estado, com investimento estimado em até US$ 2 bilhões, nos cinco primeiros anos.

O acordo prevê um estudo de viabilidade para construção de um planta com capacidade inicial de 1 GW de energia renovável e produção de até 500 mil toneladas de amônia verde por ano para exportação. O projeto fará parte do futuro Hub de Hidrogênio no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP).

O vice-presidente da AES Brasil, Ítalo Freitas, esteve recentemente visitando as instalações do porto cearense e avaliou o potencial da região para produção do combustível

“O Estado do Ceará sai na frente com esse excelente projeto que é o Pecém e o Hub de hidrogênio verde que está sendo instalado lá. E a AES, como tem o seu valor ajudar nossos clientes a se descarbonizar através de energias renováveis, também quer estar nessa indústria do futuro, que é a indústria do hidrogênio verde”, assegurou o executivo.

Com o anúncio, já somam 13 as empresas oficialmente interessadas em produzir H2V no Ceará. Além de outras que estão em negociação, a exemplo da francesa TotalEnergies.

“O Governo do Estado tem se empenhado fortemente para garantir as condições necessárias para que o Ceará se transforme em um grande Hub de produção de energias renováveis e de hidrogênio verde para o Brasil e para o mundo”, afirmou o governador Camilo Santana, durante a cerimônia de assinatura.

A AES acredita que o Brasil poderá ser um líder na produção de hidrogênio verde e espera ser uma companhia competitiva neste mercado.

“Ainda é cedo para definirmos o investimento total desse projeto, mas é possível que esse valor alcance US﹩ 2 bilhões, no período de cinco anos. Porém, essas são estimativas preliminares, que serão verificadas em estudos”, disse Luis Sarras, diretor de hidrogênio verde da AES América do Sul.

 Memorandos de H2V assinados com o Ceará

  • Enegix Energy
  • White Martins/Linde
  • Qair
  • Fortescue
  • Neonergia
  • Eneva
  • Diferencial
  • Hytron
  • H2Helium
  • Engie
  • Transhydrogen Alliance
  • EDP
  • AES

Planos no Chile

A AES também está realizando um estudo de viabilidade para o desenvolvimento de uma planta de amônia verde no norte do Chile.

Os estudos, por lá, foram iniciados em fevereiro e a companhia já determinou a localização específica para a planta, com a instalação de baterias. A expectativa é obter de 250 a 300 mil toneladas de amônia verde, com baixo carbono, para exportação e como combustível de transporte marítimo.

O Chile vem desenvolvendo uma estratégia ambiciosa para o hidrogênio focada na produção renovável, atraindo diversos investidores ao país, que atualmente tocam mais de 60 projetos de H2V.

Segundo afirmou o ministro de Minas e Energia chileno, Juan Carlos Jobet, em entrevista à epbr, o país espera produzir o hidrogênio verde mais barato do mundo em dez anos.

“Nosso objetivo é ter 5 GW de capacidade de eletrólise em desenvolvimento até 2025, produzir o hidrogênio verde mais barato do planeta até 2030 e estar entre os três maiores exportadores até 2040”, disse o ministro.