BRASÍLIA — A empresa de automação industrial ABB anunciou nesta segunda (6/3) a assinatura de um memorando de entendimento com o governo do Ceará para integrar o hub de hidrogênio verde do Complexo Portuário do Pecém (CIPP).
O objetivo é ser uma das principais parceiras tecnológicas das empresas de energia que estão planejando produzir hidrogênio e derivados no estado.
Segundo a ABB, sua participação no hub começa com estudos de viabilidade técnica para construção da planta de produção.
A multinacional também entrará com ativos e tecnologias para otimização do consumo energético na produção de hidrogênio verde (H2V), que requer extraordinárias quantidades de energia, a custos mais competitivos.
“Neste ponto a ABB pode agregar muito com as suas soluções digitais de gerenciamento de energia, seja ela uma fonte renovável solar, eólica, biomassa ou hídrica, além de equipamentos elétricos e retificadores”, afirma Renato Martins, gerente da divisão de Energia da ABB Brasil.
Uma solução em vista para o novo hub é a utilização de sistemas conectados ao centro de controle remoto, instalado na sede da empresa em São Paulo, para gerar diagnósticos e relatórios técnicos periódicos.
A otimização das operações da planta pretende reduzir o custo de produção de H2 por quilo, conta Martins.
Hub do Pecém
Entre os países que mais produzem energia renovável no mundo, o Brasil pode oferecer o H2V com o menor custo do globo, a US$ 0,55/kg até 2050, de acordo com projeções da BloombergNEF.
No Ceará, o complexo do Pecém já acumula duas dezenas de memorandos de entendimentos e três pré-contratos para formação do hub.
Segundo maior porto do Nordeste brasileiro, o CIPP anunciou em 2021 sua ambição de atrair investimentos para produção e fornecimento do novo energético e, de lá para cá, vem firmando acordos com o governo e empresas como AES Brasil, Fortescue Future Industries, Linde, Qair, TransHydrogen Aliance, Eren do Brasil, Casa dos Ventos, Engie, EDP Renováveis e White Martins.
“O estado do Ceará está fazendo um excelente trabalho apresentando ao mundo os benefícios de implementar projetos no Pecém e atraindo os interessados em aportar novos investimentos. Isso abre portas para novas oportunidades, as quais as empresas privadas podem estar envolvidas e obter bons resultados dessa sinergia”, analisa Martins.
Ele observa, no entanto, que o Brasil precisa acelerar na implementação de regulamentações e normas “se quisermos nos tornar fortes exportadores de H2V e seus derivados diante desta corrida global da transição energética”.