Diálogos da Transição

A transição está incluindo mulheres?

No setor de energia global, apenas 16% das vagas são ocupadas por mulheres; nas renováveis, o cenário melhora para 32%

A transição está incluindo mulheres?
Iniciativa Elas na Escola, da ONG Elas no Poder, oferece formação política para meninas negras dos 8º e 9º anos do Ensino Fundamental no Distrito Federal (Foto: Ester Cruz/ENP)

newsletter

Diálogos da Transição

APRESENTADA POR

Editada por Nayara Machado
[email protected]

Quer ganhar acesso a 7 dias gratuitos das newsletters do político epbr e ainda nos ajudar a melhorar o nosso trabalho? Clique aqui e preencha uma rápida pesquisa. Tempo médio de resposta: 3 minutos.

Entra ano, sai ano e a gente segue falando sobre baixa representatividade das mulheres na energia, nos espaços de poder, nas discussões que afetam nossas vidas, nossos corpos, nossos lugares no mundo.

E não só em março. Quando comecei a editar a Diálogos da Transição, uma das missões era (e continua sendo) buscar mais fontes mulheres — além de abordar mais o tema da diversidade.

Uma das minhas primeiras matérias na agência epbr foi sobre isso.

Novos empregos, velhos padrões, de outubro de 2020, traz um dado inquietante: 80% dos novos empregos na economia de baixo carbono serão em setores dominados por homens.

Quase dois anos depois, o relatório da Agência Internacional de Energia (IEA, em inglês) sobre empregos nessa indústria mostra que apenas 16% das vagas em setores tradicionais são ocupadas por mulheres.

Em artigo de opinião sobre o Dia Internacional da Mulher, faço um balanço da presença feminina em cargos de liderança corporativa, resgatando algumas das nossas coberturas sobre o assunto no último ano. Leia na epbr

Transição com mais mulheres

Dados da Agência Internacional de Energias Renováveis (Irena, em inglês) revelam que 32% dos cargos são ocupados por mulheres nesse ramo, que é predominantemente masculino.

Segundo o relatório divulgado no ano passado, o Brasil responde por 10% da geração global de empregos verdes.

O país fica atrás apenas da China, que representa 42% do total. A expectativa é que 43 milhões de novos postos de trabalho sejam gerados até 2050 em todo o mundo.

O cenário de desenvolvimento traz previsão de maior empregabilidade na área de energia limpa. Resta saber se os investimentos vão transformar a realidade e garantir uma inclusão feminina expressiva nas indústrias.

Algumas medidas começam a mostrar resultados no setor. É o caso das empresas do segmento solarConfira na reportagem de Millena Brasil

Cobrimos por aqui:

Inovadoras

Selecionamos cinco artigos de mulheres atuantes na energia e no clima que trazem contribuições importantes para o debate sobre uma nova economia verde.

Carbono

As co-fundadoras da CCS Brasil, Isabela Morbach e Nathália Weber, analisam as oportunidades para o país liderar a descarbonização da economia, com florestamento e reflorestamento, além de projetos de captura e armazenamento de carbono (CCS).

“Estamos muito bem posicionados para desenvolver e implementar tecnologias de CCS, seja para neutralizar as emissões de setores específicos, seja para promover a remoção de carbono da atmosfera”, escrevem.

O futuro da energia

Presidente da Equinor no Brasil, Veronica Coelho, conta como a transição energética abre oportunidades para a indústria brasileira de bens e serviços.

“Neste caminho a percorrer rumo à transição energética, sabemos que tecnologias essenciais para o futuro podem ainda não existir. Por isso, estamos construindo pontes”.

Comércio internacional

“O cerco está se fechando para países e empresas que não possuem políticas climáticas estruturadas e implementadas”, avaliam as advogadas Luciana Gil e Patrícia Mendanha no artigo A agenda ambiental e climática brasileira e os desafios internacionais

Acordos climáticos

Em O legado da COP 27Marina AzevedoRosana dos SantosNathalia Paes Leme explicam por que a última conferência climática da ONU não pôde ser chamada de ambiciosa e implementadora.

Bioenergia

Pesquisadora de bioenergia com captura de carbono da Universidade de Illinois, Sallie Greenberg, compartilha projetos internacionais e afirma que o Brasil, como segundo maior produtor mundial de etanol, pode se beneficiar muito com experiência em descarbonização de biorrefinarias dos EUA.

Gostou? Compartilhe no WhatsApp!

E ainda…

Conheça 25 mulheres pioneiras liderando a luta contra as mudanças climáticas. Spoiler: a ministra brasileira do Meio Ambiente, Marina Silva, é uma delas. Reuters

Economia verde pela ótica de gênero: Tatiane Matheus, jornalista do ClimaInfo, entrevistou dezenas de mulheres que dedicam vida e trabalho para uma sociedade mais justa na ótica social e ambiental. O resultado está no livro Vozes femininas pela recuperação econômica verde e inclusivadisponível para download a partir de hoje