Glasgow – Principal representante do Brasil nas negociações climáticas da Conferência das Partes de Glasgow, a COP26, o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, voltou a defender que o país já é sustentável e que os países ricos precisam pagar a conta da preservação florestal.
A postura do governo Bolsonaro durante a COP26 tem sido vista como mais branda e apaziguadora — inclusive por parte do próprio Congresso Nacional; mas também internacionalmente — devido às promessas para o meio ambiente, como a redução de emissões de metano, neutralidade de carbono ou fim do desmatamento ilegal.
“Agora o momento é dos grandes países, União Europeia, países ricos, G-7, mostrarem também um movimento claro para trazer uma solução e a solução é econômica”, disse o ministro.
“A emergência é financeira. A emergência para a gente transformar uma economia global em uma economia verde na velocidade que todos desejam, inclusive o governo federal, é financeira”.
O financiamento climático é um dos principais temas em discussão na COP26. A partir do Acordo de Paris, de 2015, países ricos se comprometeram a mobilizar US$ 100 bilhões anuais para conter as mudanças climáticas, mas a medida não saiu do papel.
Além das questões financeiras, Leite acredita que outros países precisam seguir o exemplo dado pelo Brasil.
“Os países ricos têm que contribuir efetivamente com recursos e os países mais poluidores também têm que aderir a todas as políticas que o Brasil já tem internamente e estão refletidas nos movimentos que a gente fez essa semana.”
O ministro disse que “o governo federal entende que o futuro é verde”, mas acredita que “o presente do Brasil já é verde também”, de acordo com sua primeira aparição pública na COP26, no estande montado pelo MMA em parceria com a APEX, agência de promoção de exportações.
“O que o governo federal está fazendo é trazer para a COP do Clima (sic) políticas que já acontecem no Brasil, como a redução de metano, eliminando lixões e reciclando resíduos animais. Já tem uma agricultura mais eficiente com o Programa ABC, que traz estrutura para reduzir [emissões]. O importante é que o Brasil tem políticas públicas, tem leis, tem ações do governo”, defendeu.
O Programa ABC é uma iniciativa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, criada em 2012, para promover a redução de emissões da produção agropecuária.
Como o país tem sido monitorado de perto nas discussões internacionais, Leite defendeu que a principal responsabilidade agora é dos países ricos, pois o Brasil já teria feito “movimentos importantes” em termos de atualização de sua NDC, e da assinatura dos tratados internacionais.