RIO — O Brasil ganhou, nos últimos anos, novos players no mercado de GNL, como a Excelerate, New Fortress Energy (NFE), Gás Natural Açu (GNA) e, mais recentemente, a Eneva — que comprou a Celse, em Sergipe, da NFE e Ebrasil.
O mercado brasileiro vive, agora, uma nova corrida pelo desenvolvimento de novos terminais.
São três plantas em construção: uma da Compass (São Paulo) e duas da New Fortress (em Santa Catarina e no Pará, ambas previstas para 2023, depois de atrasos) e uma série de novos empreendedores que tentam tirar seus projetos do papel, num momento de forte pressão sobre o mercado global de GNL.
Há novos projetos em desenvolvimento em pelo menos cinco estados: Ceará, Pernambuco, Maranhão, Rio de Janeiro e Paraná.
Esta semana, a OnCorp obteve uma vitória importante no seu plano de construção de um terminal em Pernambuco.
Disputa por novo terminal de GNL em Suape
O Porto de Suape rejeitou as manifestações de interesse da CH4 Energia (New Fortress Energy) e Edge (Compass) pelo contrato de uso temporário para implantação do terminal de GNL no Cais de Múltiplos Usos.
A decisão abre caminho para assinatura do contrato com a OnCorp — que propõe investir R$ 220 milhões num terminal de GNL com capacidade de 4 milhões a 9 milhões de m³/dia.
Também no Nordeste, a menos de um ano do fim da exclusividade da Petrobras na operação do píer 2 do Porto do Pecém (CE), concorrentes da estatal se mobilizam para instalar um novo terminal de regaseificação de GNL no complexo portuário.
A Ceiba Energy, que negociou a termelétrica Portocém (1,6 GW) no leilão de capacidade de dezembro de 2021, tem contrato para aquisição do GNL da Shell e planos de instalar um terminal de regás no porto.
Pecém, aliás, é a base de suprimento de alguns dos projetos de termelétricas no Maranhão e Piauí, cadastrados para o leilão das térmicas da Eletrobras este mês. A bp também tem a intenção de construir um hub de gás no porto cearense.
Cenário de contratação de térmicas a GNL
Eneva e Gera Maranhão, por sua vez, têm projetos em Itaqui (MA) — que despontam como potenciais supridores de projetos termelétricos no leilão deste mês, cita o analista sênior de gás e GNL da Wood Mackenzie, Henrique dos Anjos.
Mesmo com a alta dos preços internacionais do GNL e da forte demanda europeia, o analista acredita que os projetos a GNL cadastrados no leilão de termelétricas deste mês podem ser bem-sucedidos.
Ele lembra que a energia a ser contratada no Nordeste está prevista para 2027 — o que daria tempo para viabilizar novos projetos de liquefação nos EUA, interessados nas receitas fixas que as termelétricas brasileiras dispõem.
“É um timing para que projetos greenfields entrem em operação nos EUA, que estão buscando perfil de consumo firme”, analisou, em entrevista ao programa “antessala”, da epbr.No Centro-Sul, a Eneva também tem planos de um terminal de GNL em Macaé (RJ). E a Nimofast assegurou o primeiro cliente — a comercializadora Migratio — e busca novos consumidores para viabilizar o seu terminal, no Paraná, para 2025.
Veja na íntegra a apresentação de Henrique dos Anjos, no antessala, programa semanal da epbr