A Total Eren – parceria entre as francesas Total e Eren – fechou a aquisição de 100% das usinas solares fotovoltaicas Dracena I, Dracena II e Dracena IV, todas operadas pela Cobra do Brasil e para serem instaladas na cidade de Dracena, no interior do estado de São Paulo. Cada usina tem capacidade instalada prevista para 30 MW.
A operação já tem parecer favorável do Cade e será feita por uma empresa de propósito específico batizada como Eren Dracena. “Conforme as Requerentes, a Operação representa uma oportunidade para Total Eren expandir seu negócio de geração de energia elétrica no país”, diz o parecer técnico do Cade, que recomenda a aprovação do negócio.
A Total Eren possui mais de 900 MW instalados ou em instalação em energia eólica, solar e hidrelétrica no mundo. No Brasil, a empresa possui apenas 40 MW em projetos solares, atualmente em construção, contra 90 MW das usinas que estão sendo compradas.
E como fica o mapa da energia solar no país?
E tem mais petroleira investindo em energia solar?
Este é não é o primeiro investimento de petroleiras estrangeiras em energia solar no Brasil. Em outubro do ano passado, a Equinor (novo nome da Statoil) comprou 40% da participação da Scatec Solar na usina de energia solar Apodi, de 162MW, no município de Quixeré, no Ceará, por US$ 25 milhões. O projeto vai fornecer energia para cerca de 160 mil residências.
As duas empresas também acordaram uma cooperação exclusiva para desenvolver, em conjunto, futuros projetos de energia solar no Brasil. A Equinor também irá adquirir 50% de participação na empresa que irá executar o projeto, permitindo-a participar da elaboração e realização de novos projetos em energia solar no futuro.
“O Brasil é e continua sendo um país estratégico para a companhia. Temos aqui projetos de longo prazo, com duração de pelo menos 40-50 anos. As recentes transações da Statoil no Brasil corroboram seu compromisso de desenvolvimento de negócios de maneira segura e sustentável no mercado de energia”, diz o presidente da empresa por aqui.
E por que investir em renováveis?
A decisão de as petroleiras partirem para energias renováveis e se tornarem empresas de energia não é em vão. O Banco Mundial, por exemplo, anunciou que vai deixar de financiar a exploração e extração de petróleo e gás a partir de 2019, ao mesmo tempo que aumentará empréstimos a projetos que ajudem a reduzir o aquecimento global.
O fundo soberano da Noruega poderá deixar de investir em ações de empresas do setor do petróleo e gás para proteger o país da volatilidade dos preços. O ministro das Finanças norueguês anunciou que a decisão final será tomada ainda em 2018.