Congresso

Laércio Oliveira critica alto custo de renováveis e defende setor de O&G: "precisamos focar onde temos expertise"

Senador também afirmou estar trabalhando para convencer os pares sobre texto que retira a exclusividade da descarbonização a partir do biometano

ARACAJU – O senador Laércio Oliveira (PP/SE) afirmou que o Brasil precisa “focar onde tem expertise“, citando que o país tem reservas de petróleo e gás natural em abundância por muitos anos. A declaração foi dada ao estúdio Abpip, nesta quarta (24/7), em Aracaju, durante a Sergipe Oil & Gas.

Questionado sobre o andamento e as expectativas sobre o Projeto de Lei do Combustível do Futuro – principal iniciativa sobre biocombustíveis em tramitação no Senado –, o parlamentar disse ser reticente às discussões sobre energias renováveis.

“Eu acho que os estudos com referência a outras formas de energia são muito bem-vindos, mas nós somos especialistas em petróleo e gás. As outras soluções que vêm surgindo são soluções de futuro, que inclusive tem o preço muito elevado para chegar ao consumidor, por exemplo, o hidrogênio verde”, exemplificou o senador.

Para Oliveira, já há um grande esforço em torno do preço do gás, para torná-lo competitivo. “O custo do hidrogênio verde é muito maior. Se a gente já tem dificuldade com o preço do gás, para onde irá o hidrogênio verde?“, questionou.

O senador disse ser favorável ao avanço das novas tecnologias de combustíveis, mas pontuou que é uma discussão para o futuro. Também defendeu a continuidade do uso do petróleo e gás: “é a tecnologia que a gente domina”.

Laércio Oliveira apresentou uma emenda ao PL 528, do Combustível do Futuro, para retirar a obrigatoriedade da descarbonização a partir do uso de biometano. Segundo ele, será necessário convencer os demais senadores da importância da emenda para que o mercado continue avançando.

O texto sugerido altera o rol de possibilidades para as metas de redução de emissões do mercado de gás, permitindo que sejam alcançadas, também, por meio de outros instrumentos de descarbonização, deixando de ser feita exclusivamente a partir do biometano.

Produtores e consumidores de gás alegam que a introdução de uma compra obrigatória do gás renovável se trata de uma reserva de mercado que limita o poder de escolha das empresas de buscarem a forma mais eficiente para reduzir sua pegada de carbono – eventualmente por meio de outras fontes, como o mercado de carbono, biomassa, eficiência energética e hidrogênio.

Lei do gás e Proescoar

Laércio Oliveira foi relator da Lei do Gás na Câmara dos Deputados, há dois anos, e é um dos autores do projeto de lei do Proescoar no Senado e na Câmara.

O Programa de Estímulo ao Escoamento e Comercialização de Gás Natural reúne um conjunto de alterações em diferentes pontos do marco regulatório do setor, dentro de uma proposta para estimular a chegada do gás natural ao mercado consumidor.

Um dos pontos é a redução da reinjeção nos poços e a ampliação da infraestrutura. A reinjeção do gás é um tema que historicamente divide opiniões no mercado e continua no debate.

A indústria do petróleo vê a reinjeção como solução técnica e medida economicamente necessária para elevar a recuperação do óleo do pré-sal, enquanto os críticos apontam que há excessos nos volumes injetados.

Veja a entrevista completa.

Assista a cobertura completa do estúdio Abpip na Sergipe Oil & Gas