Agendas da COP

Programa global para acelerar transição da indústria pesada busca projetos no Brasil

Brasil será o primeiro país a receber a parceria do Acelerador de Transição Industrial; chamada para manifestações de interesse foi aberta nesta quarta (17)

Governo federal elabora plano de descarbonização da indústria e MDIC instala GT de energia eólica, para mitigação de GEE. Na imagem: Secretário de Economia Verde do MDIC, Rodrigo Rollemberg (Foto: Vitor Avila/epbr)
Secretário de Economia Verde do MDIC, Rodrigo Rollemberg (Foto: Vitor Avila/epbr)

BRASÍLIA — A parceria do Acelerador de Transição Industrial (ITA, em inglês) abriu uma chamada nesta quarta (17/7) para desenvolvedores de projetos manifestarem interesse em investir na descarbonização da indústria no Brasil com apoio do programa financiado pela Bloomberg Philanthropies e pelos Emirados Árabes Unidos.

O Brasil será o primeiro país a receber o suporte do ITA, iniciativa lançada em dezembro de 2023, durante a cúpula climática das Nações Unidas (COP28). O anúncio ocorreu nesta quarta, durante encontro do secretário de Economia Verde do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Rodrigo Rollemberg, com a diretora-executiva do ITA e CEO da Mission Possible Partnership, Faustine Delasalle.

A intenção é aprimorar projetos com foco na descarbonização da indústria com rumo às decisões finais de investimento (FIDs) até a COP30, em 2025.

Serão abordadas necessidades em políticas regulatórias, criação de cadeias de valor de baixas emissões, demanda por produtos verdes e mecanismos para reduzir o risco do investimento nos projetos.

O ITA Brasil também trabalhará com a Plataforma de Transição Climática do Brasil, que está sendo desenvolvida pelo BNDES e a Glasgow Financial Alliance for Net Zero (GFANZ), para financiar projetos alinhados aos planos de transição climática do governo.

Chamada para manifestação de interesse

Em parceria com o Hub de Descarbonização Industrial Brasil-Reino Unido (ID Hub), a convocação para manifestações de interesse pretende identificar os projetos para setores com altas emissões e que tenham o potencial de descarbonização profunda em grande escala, com emprego de tecnologias inovadoras e que estejam se aproximando da maturidade comercial. O prazo para contribuições irá até setembro.

É um mecanismo também para mapear os principais gargalos enfrentados pela indústria brasileira em sua jornada de baixo carbono.

“Com a ajuda do ITA, poderemos identificar e apoiar projetos que levarão à descarbonização em nossos setores de alta emissão, proporcionando acesso ao investimento privado e fomentando a indústria e garantindo a posição do Brasil como líder na transição global para energia limpa”, explica Rollemberg.

Entre os setores com grande potencial para descarbonizar na mira do ITA estão a indústria pesada, como alumínio, cimento, produtos químicos e aço, e de transportes marítimos e aéreos. Globalmente, esses segmentos juntos respondem por um terço das emissões globais.

“O ITA se concentrará em apoiar empresas brasileiras e internacionais, conectando-as a financiadores e aproveitando os recentes desenvolvimentos de políticas no Brasil, para que seus projetos de descarbonização profunda avancem para a decisões finais de investimento nos próximos dois anos”, conta afirmou Faustine Delasalle.