BRASÍLIA – A Shell Brasil devolveu o bloco de Alto de Cabo Frio Oeste, no pré-sal da Bacia de Campos, adquirido pelo regime de partilha de produção. A decisão foi comunicada à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) na semana passada.
O consórcio da Shell Brasil (55%), em parceria com a Qatar Energy (25%), CNOOC Limited (20%) e PPSA, tomou a decisão após a conclusão do programa exploratório da área apresentar prospectividade limitada. A devolução foi noticiada pelo BNamericas e confirmada pela Shell à agência epbr.
A devolução foi feita em razão dos resultados da campanha exploratória, que contou com a perfuração do primeiro poço pioneiro em outubro de 2019. O bloco foi arrematado pela Shell na terceira rodada de licitações do pré-sal, realizada em 2017.
Mesmo com o alto potencial exploratório e as grandes descobertas no pré-sal, o risco geológico é inerente à atividade petrolífera e outros contratos foram devolvidos ao longo dos anos.
Em nota, a Shell afirmou que o “Brasil continua sendo um dos países mais estratégicos para a empresa”.
A Shell produz cerca de 400 mil barris de óleo equivalente por dia no país e possui mais de 35 contratos de blocos de exploração, além dos 29 contratados no fim do ano passado na Bacia de Pelotas, e que ainda serão assinados com a ANP.
O portfólio reforça o “compromisso de longo prazo com o setor de upstream brasileiro”, diz.
A 3ª rodada de partilha foi realizada em 27 de outubro de 2017 pela ANP e ofertou quatro áreas localizadas nas bacias de Campos e Santos: Pau Brasil, Peroba, Alto de Cabo Frio Oeste e Alto de Cabo Frio Central.
As áreas Sul de Gato do Mato e Alto de Cabo Frio Oeste receberam lances com percentuais mínimos de excedente em óleo.
Já Sudoeste de Tartaruga Verde (Bacia de Campos, pós-sal) e Pau Brasil (Bacia de Santos) não receberam ofertas.
As 2ª e 3ª rodadas arrecadaram, ao todo, R$ 6,15 bilhões em bônus de assinatura e registraram ágio médio de 260% e 202% respectivamente.