A CTG Brasil começa a construir, no segundo semestre de 2024, um laboratório de armazenamento de energia em baterias conectado a uma pequena usina fotovoltaica de 500 kWp nas instalações da Usina Hidrelétrica Ilha Solteira, localizada no rio Paraná, entre os municípios de Ilha Solteira (SP) e Selvíria (MS).
Com investimentos de cerca de R$ 15 milhões, dos quais mais de R$ 12 milhões virão da CTG Brasil através do programa de Pesquisa e Desenvolvimento da Aneel, a intenção é desenvolver soluções com baterias para aumentar a flexibilidade de geração e estabilidade do sistema.
ISI-TICs/Senai Pernambuco, Thymos Energia e Wisebyte também são parceiros do projeto que será desenvolvido em um período de 18 meses. A empresa JA Solar será a fornecedora dos quase 900 módulos solares fotovoltaicos que devem ser instalados até o segundo semestre de 2025.
Quando entrar em operação, o sistema terá capacidade de armazenamento de 100 kWh. Inicialmente, a ideia é que a energia gerada pelos painéis fotovoltaicos e armazenada nas baterias atenda somente ao consumo da CTG Brasil dentro da área de cobertura da distribuidora local.
Apoio a fontes despacháveis
Os estudos técnicos, que serão conduzidos junto ao ISI-TICs/Senai Pernambuco, Thymos Energia e Wisebyte, avaliarão como sistemas de baterias, que têm um enorme potencial de usos, podem contribuir com fontes não despacháveis através do aumento da flexibilidade da geração, fornecimento de serviços ancilares, controle de oscilações na rede, e outros serviços, explica a CTG.
Também está previsto o desenvolvimento de sistemas computacionais usando inteligência artificial para indicar a melhor relação custo-benefício para a implantação Utility Scale Battery (USB) nos ativos de geração hidrelétricos, eólicos ou solares.
A geradora espera que esses estudos sirvam de subsídios para a futura regulação e regras para utilização de baterias em larga escala no sistema elétrico brasileiro.
MME prepara leilão de baterias
O governo federal trabalha para realizar um leilão de baterias de armazenamento após o próximo Leilão de Reserva de Capacidade (LRCAP). Devido à falta de tempo, o certame que deve ocorrer ainda neste ano terá usinas hidrelétricas e termelétricas, como de costume.
“Quero fazer um leilão de baterias no Brasil, eu tenho a expectativa de que as energias intermitentes a curto e médio prazo possam se estabilizar e assim ter tranquilidade para nos dar segurança energética”, disse o ministro de Minas de Energia (MME), Alexandre Silveira (PSD), em junho.
A pasta reconhece que as baterias têm um papel complementar no atendimento aos requisitos de potência, mesmo que não substituam completamente a necessidade de outras fontes despacháveis. Segundo o MME, no início de 2025, a demanda de energia e o comportamento do sistema elétrico durante a seca serão analisados para, depois disso, serem definidas as diretrizes do leilão que vai incluir as baterias.