RIO – A Compagas anunciou, nesta segunda-feira (24/6), a intenção de investir R$ 505 milhões entre 2024 e 2029 – primeiros anos do novo contrato de concessão da distribuidora de gás canalizado do Paraná.
O plano de negócios da companhia prevê R$ 100 milhões para atendimento aos municípios de Londrina e Maringá. A ideia é que o fornecimento na região ocorra 100% com biometano.
O novo contrato de concessão da Compagas começa a valer a partir de julho e define metas para o aumento da oferta de gás e biometano e o atendimento de novas regiões para os próximos 30 anos.
O plano de negócios da concessionária foca, sobretudo, na expansão da malha de gasodutos, em especial rumo a Londrina, Maringá e Lapa; na injeção do biometano na rede de gás canalizado; e no desenvolvimento dos corredores sustentáveis.
Primeiro contrato de biometano
A Compagas assinou este ano, com a H2A, seu primeiro contrato de aquisição de biometano.
A meta da concessionária é que o gás renovável represente 15% do volume distribuído até 2026 – o corresponde a cerca de 100 mil m³/dia de biometano.
A H2A vai fornecer 20 mil m³/dia a partir de julho de 2025. O contrato viabilizará a construção de uma usina em Carambeí, nos Campos Gerais (PR), para a produção do gás renovável em uma cadeia circular, a partir de dejetos do polo leiteiro.
A Compagas prevê assinar novos contratos de biometano nos próximos meses.
“O objetivo é integrar a rede de distribuição às principais áreas produtoras de biometano, para viabilizar o escoamento do combustível renovável por meio de dutos, ampliando a capacidade de expansão da utilização do gás renovável”, afirmou o CEO da Compagas, Rafael Lamastra Junior.
Rumo a novas cidades
Para atender Londrina e Maringá, serão construídos, ao todo, 60 km de rede para abastecer os segmentos industrial, residencial, comercial e veicular no Norte do Paraná.
O plano é instalar 8 km de rede em Maringá para atender às indústrias locais. O projeto também contempla a instalação de um trecho de cerca de 19 km conectando os municípios de Londrina, Cambé e Rolândia para o fornecimento das indústrias instaladas no percurso.
A Compagas também anunciou a construção de 52 km de gasodutos entre Araucária e Lapa, na Região Metropolitana de Curitiba.
O investimento de R$ 108 milhões vai atender um importante eixo agroindustrial do estado e, em especial, a fábrica do Grupo Potencial Biodiesel, na cidade de Lapa.
A expectativa é finalizar as obras e iniciar em 2026 o fornecimento de gás canalizado para o Grupo Potencial – que está investindo numa nova esmagadora de soja que demanda um uso maior de gás. A produtora de biodiesel instalará uma caldeira flex, que poderá utilizar biomassa ou qualquer tipo de gás, como o biometano.
Compagas traça rotas para GNV
A distribuidora anunciou também o início das operações da primeira rota – entre Londrina e Paranaguá – do projeto Corredores Sustentáveis. Ao todo são onze postos de abastecimento com GNV e biometano para fornecimento aos veículos leves e pesados.
A iniciativa visa a integrar as principais rotas rodoviárias do estado com o Porto de Paranaguá, que escoa a produção agrícola.
O plano da Compagas é ampliar a oferta de gás e biometano para veículos pesados, especialmente caminhões e ônibus, de forma que eles consigam percorrer todo o estado, transitar entre outras regiões e escoar a produção até o porto de Paranaguá utilizando gás.
A Compagas iniciou o projeto Corredores Sustentáveis em 2020, com a identificação das principais vias de transporte do estado e dos locais estratégicos para a introdução do gás na matriz energética.
A concessionária informou, ainda, que está engajada em debater e articular com outros estados a ampliação dos corredores para interligar o sistema desde o Rio de Janeiro, passando por São Paulo, Santa Catarina até o Rio Grande do Sul.