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Novo centro de pesquisa vai estudar descarbonização da indústria offshore no Brasil

Com investimento de R$ 163 milhões ao longo de cinco anos, OTIC inicia com 24 projetos de P&D

Novo centro de pesquisa vai estudar descarbonização da indústria offshore no Brasil (Foto: Daniel Antonio/Fapesp)
Shell, USP, IPT e FAPESP lançam Centro de Inovação em Tecnologia Offshore para descarbonizar indústria de óleo e gás (Foto: Daniel Antonio/Fapesp)

Parceria entre Universidade de São Paulo (USP), Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e Shell Brasil vai estudar o futuro da exploração de óleo e gás offshore em um novo Centro de Inovação em Tecnologia Offshore (OTIC, na sigla em inglês) lançado nesta quinta (12/6).

Com investimento total de R$ 163 milhões ao longo de cinco anos – em recursos financeiros e não financeiros – o OTIC pretende contribuir com pesquisas para exploração sustentável e eficiente de recursos do oceano, no  contexto de transição energética e transformação digital.

Mais de 250 pesquisadores estão envolvidos nesta primeira fase do centro, que começa com um portfólio de 24 projetos de P&D financiados pela Shell e pela Fapesp. A petroleira investirá cerca de R$ 49 milhões por meio da cláusula em PD&I da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

“[A transição energética] é um movimento imperativo para o mundo, e a jornada para a transformação da indústria offshore deve ser feita com planejamento, de forma segura, acessível e sustentável, de modo a diversificar e expandir as fontes de energia disponíveis”, comenta Olivier Wambersie, gerente-geral de Tecnologia e Inovação da Shell Brasil.

Segundo o executivo, o investimento no centro dá início a um portfólio de projetos de pesquisa voltados para a descarbonização da indústria e a otimização das operações que vão contribuir para o futuro da indústria offshore.

Áreas de pesquisa

O OTIC é formado por cinco programas técnicos que se conectam de alguma forma: Novos Processos e Operações, Energia de Baixo Carbono, Novos Materiais e Nanotecnologia, Segurança das Pessoas, do Meio Ambiente e Economia Circular, e Transformação Digital.

Segundo a Shell, cada uma destas áreas tem potencial para gerar tanto soluções práticas e de curto prazo, quanto disruptivas para uma transformação da indústria mais de longo prazo.

Zehbour Panossian, pesquisadora do Laboratório de Corrosão e Proteção do IPT, explica que o programa de Novos Materiais & Nanotecnologia, por exemplo, é transversal e está diretamente ligado a todos os outros, na medida em que os projetos do OTIC passam por uma reavaliação dos materiais utilizados pela indústria.

“[Eles] devem ser selecionados levando em consideração o desempenho, a durabilidade, a reciclabilidade e a sustentabilidade”, explica a pesquisadora.

Panossian conta que as unidades de Materiais Avançados e de Bionanomanufatura do IPT têm experiência neste sentido e já desenvolveram diversos projetos conjuntos — patenteados, testados e aprovados — para o setor de O&G.

Indústria em transformação

Para o professor da USP e vice-diretor científico do projeto, Gustavo Assi, a transição energética e a digitalização serão responsáveis por encaminhar a indústria offshore a um “intenso processo de transformação”.

“Gerar mais energia com menos emissões de gases de efeito estufa nos impõe desafios tecnológicos, mas também nos dá a oportunidade de desenvolver novas formas de geração de energia limpa, e realmente construir o offshore do amanhã”, afirma.

O OTIC pretende participar dessa jornada, explica o professor, aproximando indústria, governo e academia para gerar conhecimento científico e tecnológico.