BRASÍLIA – A Petrobras estima que a fábrica de fertilizantes Araucária Nitrogenados S/A (Ansa) volte a operar no segundo semestre de 2025. Decisão da diretoria executiva aprovou nesta quinta (6/6) o retorno das operações da subsidiária, localizada no Paraná, e que está parada desde 2020.
A companhia anunciou que irá publicar em breve os editais para contratação de serviços de manutenção e de materiais críticos. A Ansa está autorizada pela Petrobras a contratar antigos empregados, condicionada à homologação do acordo pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST).
O investimento na produção de fertilizantes voltou a fazer parte do portfólio da companhia, conforme plano estratégico 2024-2028
Situada ao lado da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), a unidade utiliza resíduo asfáltico como matéria-prima e possui capacidade de produção de 720 mil toneladas/ano de ureia e 475 mil toneladas/ano de amônia, além de 450 mil m³/ano de ARLA 32.
Negociação com empregados na Justiça
Em abril, a diretoria-executiva aprovou a negociação dos termos de contratação dos antigos trabalhadores, em processo que tramita no TST.
A Petrobras recomendou que a Ansa realize trabalhos de campo, buscando a otimização do escopo da parada programada e avaliação da integridade dos equipamentos.
Audiência de conciliação
No dia 29 de maio, o TST promoveu uma audiência de conciliação entre a Petrobras, a Ansa, entidades sindicais e o Ministério Público do Trabalho (MPT), em busca de um acordo.
A ação foi movida pelo MPT em 2021, após a demissão em massa de empregados da fábrica para o plano de hibernação, em Araucária, na região metropolitana de Curitiba.
Desde 2021, segundo o TST, já foram realizadas cinco reuniões diretas para discutir a possibilidade de retorno das atividades da Ansa e a reparação de danos.
Em um dos capítulos da ação que opõe Ansa e Petrobras aos ex-funcionários, o ministro Ives Gandra, do TST, decidiu que a incorporação dos trabalhadores da Ansa ao quadro da Petrobras era inconstitucional, pois não são concursados da companhia.
Durante o governo Bolsonaro, a Petrobras tentou vender a Ansa, mas não conseguiu e acabou optando pelo fechamento da planta.