RIO – A Petrobras está operando a Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), em Canoas (RS), com carga reduzida, em meio às enchentes na região. O suprimento, no entanto, está garantido, já que a região Sul pode ser atendida por refinarias de outros estados, disse o diretor de Processos Industriais e Produtos, William França.
“Por conta da enorme sinergia que a Petrobras tem entre suas refinarias, como uma empresa integrada, a gente consegue atender ao Sul, se for o caso, com outras refinarias”, disse o executivo em entrevista coletiva nesta terça-feira (14/5).
Segundo ele, a unidade está processando cerca de 20 mil m³/dia de petróleo, ante a capacidade total de 28 mil m³/dia. O escoamento da produção foi normalizado, depois dos impactos sentidos na semana passada por causa dos temporais.
A Refap chegou a interromper a produção de gás liquefeito de petróleo (GLP), por causa do aumento dos estoques com a baixa retirada pelas revendedoras. A operação, contudo, já foi retomada.
Os terminais associados aos ativos de refino da Petrobras na região também tiveram alagamentos, mas não há previsão de impactos financeiros, afirmou o diretor.
Além da Refap, a estatal tem ainda uma participação na refinaria Riograndense, também no Rio Grande do Sul. França afirmou que a unidade teve a operação paralisada na semana passada devido às inundações e aguarda autorização para retomar a produção.
A Riograndense é uma parceria entre Petrobras, Braskem e o grupo Ultra.
UTE Canoas é acionada
A Petrobras também foi demandada pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) a acionar a termelétrica de Canoas (RS), para a segurança do fornecimento de eletricidade na região.
As chuvas causaram impactos na infraestrutura de transmissão e distribuição de energia elétrica no estado e levaram diversas cidades a ficarem sem luz.
Por enquanto, o acionamento da termelétrica ocorre por meio do uso do gás natural, mas o combustível vai ser substituído pelo diesel, disse o diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da estatal, Maurício Tolmasquim.
A troca será necessária pois o gasoduto que da região não consegue atender à demanda da Refap, da UTE Canoas e das distribuidoras locais ao mesmo tempo.
“Por enquanto, as distribuidoras reduziram o consumo, o que permite o fornecimento à usina de Canoas, mas com o aumento da atividade também deve ter um aumento do consumo. Então encomendamos um motor para despachar a térmica a diesel e deixar o gás para as distribuidoras e para a Refap, na medida em que a demanda cresça”, disse.
O diretor de Logística, Comercialização e Mercados da Petrobras, Claudio Schlosser, disse ainda que a companhia se prepara para suprir o aumento na demanda de asfalto para a recuperação da infraestrutura no Rio Grande do Sul.
“Estamos nos preparando para a reconstrução do estado e para a necessidade de asfalto futura”, afirmou.
A companhia está usando ainda os centros logísticos na região de Canoas para abrigar pessoas desalojadas, além de ter doado 500 mil litros de combustível para auxiliar nos resgates na região.