Mercado de gás

ANP: regras de acesso de terceiros à infraestrutura de gás saem este ano, diz Baran

Diretora diz que relatório de Análise do Impacto Regulatório será aprovado em breve

Patrícia Baran, diretora da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), em entrevista durante a gas week 2024, em 15 de março (Foto: Reprodução)
Patrícia Baran, diretora da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), em entrevista durante a gas week 2024, em 15 de março (Foto: Reprodução)

A regulamentação do acesso não discriminatório e negociado de terceiros às infraestruturas essenciais de gás natural deve ser publicada este ano, disse nesta segunda (15/4) a diretora da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Patrícia Baran, ao participar da gas week 2024, realizada pela agência epbr.

A expectativa, segundo ela, é que o relatório de Análise do Impacto Regulatório (AIR) do processo seja aprovado em breve, de forma a subsidiar a fase final da regulamentação do acesso aos gasodutos de escoamento, unidades de processamento e terminais de regaseificação.

O diretor do Departamento de Gás Natural do Ministério de Minas e Energia (MME), Marcello Weydt, destaca que as condições e os custos de acesso à infraestrutura são, hoje, um tema relevante na formação de preços do gás para o consumidor final e preocupam.

Ele defende, nesse sentido, mais transparência nas condições de negociação de acesso, sobretudo no escoamento e processamento.

“Justamente para que os próprios agentes consigam identificar as questões que foram negociadas, se elas estão equilibradas entre as partes; como também para que seja possível a constatação pelos próprios agentes e encaminhamentos para avaliação da agência [ANP] de alguns pontos que possam não ter ficado bem estabelecidos”, afirmou.

➡️ Veja na íntegra o painel ‘Os desafios para o mercado de gás natural no país’, na gas week 2024

Transporte também é prioridade na ANP

Baran também comentou que a ANP espera avançar este ano com a revisão dos critérios para cálculo das tarifas e receitas dos transportadores.

A diretora afirma que a agência espera publicar ainda este mês uma nota técnica prévia sobre o tema, a fim de colher contribuições.

As condições de contratação da capacidade de gasodutos de transporte têm sido objeto recorrente de críticas por parte de usuários.

A vice-presidente da Equinor no Brasil, Cláudia Brun, afirma que a indústria de gás, no país, ainda é complexa para novos entrantes e cita, como exemplo, a falta de uma padronização dos contratos das diferentes transportadoras.

Brun também menciona que os contratos de transporte, hoje, não refletem integralmente a realidade operacional dos serviços de balanceamento da malha; e que o mercado brasileiro ainda precisa avançar em temas como a interconexão entre os diferentes transportadoras; harmonização entre os setores de gás e elétrico; e em condições mais competitivas de contratação de curto prazo.

“Se o objetivo é ter um gás mais competitivo, a gente precisa focar no desenvolvimento de mais produtos de flexibilidade com regras claras e que incentivem o desenvolvimento de um mercado spot”, disse.

Weydt, do MME, reconhece que, apesar de ver avanços no mercado brasileiro, ainda há questões a serem aprimoradas na padronização de contratos entre transportadores e sobre as penalidades dos contratos.

Resolução sobre GNL small-scale sai em breve

Ainda sobre a agência regulatória da ANP, Baran disse que as revisões sobre as regras de distribuição de gás natural liquefeito (GNL) a granel e de gás natural comprimido (GNC) estão “em vias de serem publicadas”.

O objetivo será simplificar os procedimentos administrativos exigidos e permitir modelos de negócios mais flexíveis nesses dois nichos de mercado.

A ANP, segundo ela, também está finalizando o AIR sobre a regulamentação dos critérios de classificação de gasodutos de transporte.

Cobertura completa da gas week 2024 realizada pela agência epbr