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Justiça suspende Pietro Mendes da presidência do Conselho da Petrobras

Decisão da 21ª Vara Cível Federal de São Paulo considera "potencial ocorrência de amplo conflito de interesses"

Liminar da Justiça Federal de São Paulo suspende Pietro Mendes da presidência do Conselho de Administração da Petrobras. Na imagem: Pietro Mendes participa de audiência pública do Senado (Foto: Agência Senado)
Pietro Mendes participa de audiência pública do Senado (Foto: Agência Senado)

RIO – Uma liminar da Justiça Federal de São Paulo publicada na noite desta quinta-feira (11/4) suspendeu Pietro Mendes da presidência do Conselho de Administração da Petrobras, sob alegação de conflito de interesses, por ele também ocupar o cargo de Secretário Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia (MME).

A Petrobras afirmou que vai recorrer da decisão “de forma a defender a higidez de seus procedimentos de
governança interna, como tem atuado em outras ações em curso na mesma Vara questionando indicações ao Conselho”.

A decisão foi publicada três dias após a suspensão do conselheiro Sérgio Machado Rezende, ex-ministro de Ciência e Tecnologia (2005-2010), por assumir o cargo antes do fim da quarentena de 36 meses após deixar o diretório nacional do PSB.

De acordo com o juiz Paulo Cezar Neves Junior, da 21ª Vara Cível Federal de São Paulo, a decisão liminar é necessária por “potencial ocorrência de amplo conflito de interesses”.

“Restou configurada, ao menos nesta análise inicial, a ilegalidade do ato administrativo de indicação de Pietro Adamo Sampaio Mendes no cargo de Conselheiro de Administração, pela União Federal, na qualidade de acionista controladora, bem como a da aprovação dessa indicação pela Assembleia Geral, e sua manutenção como Presidente do Conselho de Administração, concomitantemente com o exercício do cargo de Secretário da Secretaria Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia”, disse o juiz na decisão, que também suspende o pagamento de Pietro Mendes.

A liminar integra uma ação civil pública movida pelo deputado estadual Leonardo de Siqueira Lima (NOVO-SP) em 10 de janeiro.

Pietro Mendes foi indicado pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD) e reconduzido pelo governo. Assim como Rezende, vem enfrentando questionamentos desde o anúncio de sua escolha para o conselho.

Na ocasião, foi considerado inelegível pelo comitê interno de pessoas da Petrobras e dividiu o conselho.

Em novembro passado, a estatal promoveu uma mudança nas regras de indicação de conselheiros e administradores para tentar encerrar a disputa.